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Caminhoneiros aprofundam o enigma: para onde vai a direita?

Caminhoneiros aprofundam o enigma: para onde vai a direita?

Por Ricardo Cappelli, no Blog do Esmael

1 – O tucano Pedro Parente conduziu o para mais um desastre. O “grande” executivo geriu a Petrobras preocupado apenas em proteger a empresa e seus acionistas das variações do preço do no mercado internacional.

2 – Descolado de qualquer projeto de nação, Parente deu uma banana ao país e decidiu repassar para os operadores e consumidores as variações dos preços, sem qualquer responsabilidade, planejamento ou estratégia.

3 – Com os preços variando muito em um único mês, uma brutal instabilidade tomou conta do mercado de combustíveis e transportes, com forte impacto na economia.

4 – A de preços da Petrobras é uma questão de Estado. A empresa não tem que necessariamente assumir os riscos das flutuações. Mas o bom senso indica que a companhia estabeleça uma previsibilidade mínima nos reajustes, orientando o mercado e os contratos que serão firmados para a possível volatilidade embutida.

5 – A lógica irresponsável de soluços e instabilidade permanente desarrumou a economia nacional e isolou o governo. Caminhoneiros, contratantes, transportadoras, distribuidoras, consumidores, enfim, um isolamento fantástico que entrará para os anais da estupidez econômica e política.

6 – A desorganização abriu margem para todo tipo de oportunistas, afundando ainda mais a economia. Preços dispararam, a sensação de descontrole bateu no teto trazendo mais insegurança para uma população saturada de sustos.

7 – Foi a pá de cal no esquálido governo Temer. O presidente nunca esteve tão “na mão” de Raquel Dodge. Se a PGR apresentar a terceira denúncia, dificilmente resistirá.

8 – A política alvejada pela Lava Jato, o executivo e o legislativo acuados, o desemprego batendo recordes e as projeções econômicas sendo refeitas para baixo. Agregue a isso uma crise com o setor de combustíveis/transportes. Temos um país paralisado e à deriva.

9 – A Globo faz ampla cobertura do movimento com uma linha política clara. Joga Temer aos leões, insufla a população e tenta preservar Parente. O responsável pelo caos é o fiel representante dos interesses antinacionais na empresa.

10 – A direita continua sem candidato. Alckmin, sócio do golpe e do desastre, patina nas pesquisas. Rodrigo Maia tem claros limites eleitorais. Flávio Rocha e Amoedo não tem expressão. Álvaro Dias é o “novo botox” circunscrito ao Paraná. Meirelles carrega o caixão do Planalto. Sobra apenas Bolsonaro, que lidera as pesquisas na de Lula.

11 – Febre de quarenta graus pode ocasionar convulsão. Um antitérmico padrão não basta. O agravamento da crise joga o país novamente para os pólos. O candidato “anti-establishment”, que surfa na negação da política pela extrema direita, sai fortalecido. O PT, que também aposta na radicalização, ganha pontos em sua estratégia.

12 – O mercado vai aderir ao Capitão? Rodrigo Maia irá finalmente embarcar no projeto da Globo de derrubar Temer? A PGR apresentará a terceira denúncia? A queda de Temer teria que desfecho? Há risco real de uma intervenção judicial-militar com o adiamento das eleições?

13 – Se a continua dividida enfrentando dificuldades, é fato que a direita também continua perdida. O movimento dos caminhoneiros acendeu o alerta máximo, na sociedade e na direita. “Algo” precisa ser feito. Nervos à flor da pele exigem “decisão e radicalidade”.

População anestesiada, desempregada e cada vez mais indignada com a política. A direita encurralada, com um golpe fracassado nas mãos e sem conseguir encontrar saídas plausíveis pelo caminho do voto.

É bom colocar as barbas de molho, conversar muito com o povo e evitar arroubos. O momento é de grande instabilidade e incerteza. Uma coisa apenas é certa: o jogo da direita ainda não está jogado. Vêm cartas novas por aí.

Caminhoneiros

Blog do Esmael

ANOTE AÍ:

Ricardo Cappelli é jornalista e secretário de estado do , cujo governo representa em . Foi presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes) na gestão 1997-1999.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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