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13 Mulheres Fundamentais na Política Brasileira

13 Mulheres Fundamentais para as Conquistas da Participação Feminina na Política Brasileira

Por Zezé Weiss

Neste março de 2022, em clima de comemoração pelos 90 anos da conquista do direito ao voto feminino, nós da Xapuri celebramos 13 mulheres que fizeram e fazem história nas lutas e conquistas por mais participação feminina na política brasileira.

  1. DILMA ROUSSEF (1947) – Primeira e única mulher a ocupar a Presidência do Brasil. Natural de Belo Horizonte, Minas Gerais, Dilma exerceu o cargo entre 01/01/2011 e  31/08/2016, quando foi deposta por processo de impeachment, decorrente de um golpe parlamentar-jurídico-midiático. Dilma Rousseff foi a mandatária que mais teve mulheres como ministras de Estado em toda a história republicana do Brasil.
  2. ALZIRA SORIANO (1897–1963) – Luiza Alzira Teixeira Soriano foi, no ano de 1923, eleita em Lages (RN), sua terra natal, a primeira prefeita brasileira e primeira governante de um município da América Latina. O Rio Grande do Norte foi pioneiro em garantir às mulheres o direito de votarem e serem votadas.
  3. ANTONIETA DE BARROS (1901–1952) – Natural de Florianópolis (SC), foi a primeira mulher Deputada Estadual no Parlamento Catarinense e a primeira mulher negra a assumir um mandato popular no Brasil. Professora e jornalista, defendia o poder revolucionário e libertador da Educação: sem distinção de “raças, nem castas, nem classes”.
  4. BERTHA LUTZ (1894–1976) – Sufragista, em 1919 criou a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher, que foi o embrião da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF). Em 1922, a paulista Bertha representou as brasileiras na Assembleia Geral da Liga das Mulheres Eleitoras, nos Estados Unidos, sendo eleita vice-presidente da Sociedade Pan-Americana. Somente dez anos depois do ingresso das brasileiras na Liga das Mulheres Eleitoras, em 1932, por decreto-lei do presidente Getúlio Vargas, foi estabelecido o direito de voto feminino no Brasil.
  5. CARLOTA PEREIRA DE QUEIRÓS (1892–1982) – Primeira mulher a ser eleita deputada federal. Em 3 de maio de 1933, primeiro pleito em que as mulheres puderam participar oficialmente do processo eleitoral como eleitoras e como candidatas em todo o Brasil, a médica Carlota foi eleita para a Assembleia Nacional Constituinte pelo estado de São Paulo. 
  6. EUNICE MICHILES (1929) – Nascida em São Paulo, Eunice Mafalda Berger elegeu-se em 1978 e tomou posse em 1979, representando o estado do Amazonas, como a primeira mulher a ocupar uma cadeira no Senado Federal por um processo eletivo, depois da Princesa Isabel, que foi senadora por direito dinástico.
  7. FÁTIMA BEZERRA (1955) – Primeira governadora LGBT+ do país. Elegeu-se deputada estadual em 1994/1998, deputada federal em 2002/2006 e senadora em 2014. Em 2018, a mulher que ousou declarar “na minha vida pública ou privada nunca existiram armários” e que jamais se omitiu na luta “contra o machismo, o racismo, a LGBTFobia e qualquer outro tipo de opressão e de violência”, foi eleita governadora de seu estado pelo Partido dos Trabalhadores (PT).
  8. FRANCISCA SENHORINHA (1910) – Fundou em 1873 o semanário O Sexo Feminino, primeira publicação dedicada à defesa da emancipação das mulheres no Brasil.
  9. IOLANDA FLEMING (1936) – Primeira mulher governadora de um estado brasileiro, Iolanda Ferreira Lima governou o Acre entre 1986 e 1987. Eleita vice-governadora pelo PTB em 1982, Iolanda assumiu o governo após a saída do titular para disputar uma vaga para o Senado Federal, em 1986.
  10. JOENIA WAPICHANA (1973) – Primeira deputada federal indígena brasileira. Eleita em 2018, pela Rede Sustentabilidade, a advogada Joênia é da comunidade indígena Truaru da Cabeceira, região do Murupu, município de Boa Vista, pertence o povo indígena Wapichana, o segundo maior povo do estado de Roraima.
  11. LEOLINDA DALTRO (1859–1935) – Leolinda Figueiredo Daltro, baiana de Nagé, foi professora e indigenista. Defendeu uma educação laica para os povos indígenas. Em 1910, fundou o Partido Feminino Republicano. Em 1917, “a mulher do diabo”, como a chamavam, liderou uma passeata exigindo o direito de voto para as mulheres brasileiras.
  12. NENÉM PAIVA – Maria Felizarda de Paiva Monteiro da Silva foi a primeira mulher eleita para uma Câmara Municipal no Brasil. Eleita em 1935, pelo Partido Social Democrárico (PSD), Neném chegou a ocupar a presidência da Câmara de Muqui, no Espírito Santo.
  13. NÍSIA FLORESTA (1810–1885) – Precursora do feminismo e primeira educadora feminista no Brasil, Nísia Floresta Brasileira Agusta, pseudônimo da potiguar Dionísia Gonçalves Pinto, natural de Papari, hoje município de Nísia Floresta, no Rio Grande do Norte, escreveu vários livros defendendo os direitos das mulheres, dos indígenas e das pessoas escravizadas.

Zezé Weiss – Jornalista Socioambiental

Fontes:

 https://www12.senado.leg.br/ https://www.joeniawapichana.com.br/

https://memoriapolitica.alesc.sc.gov.br/ https://medium.com/ https://ohoje.com/

https://educacaointegral.org.br/ https://aventurasnahistoria.uol.com.br/


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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

 

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