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A energia renovável no processo de redemocratização

A energia renovável no processo de redemocratização 

O mundo vem se preparando, mesmo que forçadamente, para a mudanças dos hábitos que prejudicam o meio ambiente. Um desses hábitos insustentáveis se manifesta na nossa produção de energia elétrica.

Por Maria Letícia Marques

Felizmente, hoje já existem alternativas de usar energia limpa por meio de fontes de energias renováveis. Encontramos essas fontes na natureza, elas não precisam ser criadas, apenas se renovam. São fontes energéticas que não agridem o meio ambiente, e muitas delas possuem alto custo-benefício.

Nosso papel nesse processo é apenas usar ferramentas que potencializam a fabricação de energia elétrica por meio dessas fontes. Por exemplo, na utilização de energia eólica a ferramenta usada no processo se chama aerogerador. Através da energia cinética do vento ele é capaz de converter em energia elétrica. 

Aerogerador Residencial, no Nordeste. Foto: Divulgação/Enersud

Porém, dentre todas as fontes de energias renováveis, a que tem mais potencial de crescimento é a energia que provém do Sol, que de longe é a mais abundante. Nesse processo a ferramenta mais usada tem sido os painéis fotovoltaicos. Eles transformam a luz solar em energia elétrica através de um sistema de captação fotovoltaico.

Disponível em: Fullenergy.

Cenário de energia no Brasil
As altas na conta de luz do povo brasileiro são causadas também pela crise hídrica no país. A obtenção de eletricidade usando hidrelétricas está cada vez mais se tornando insustentável, para o meio ambiente principalmente. Além de ser, a longo prazo, mais cara que a energia solar, ela provoca danos graves ao meio ambiente. São esses: poluição dos rios com metano, desmatamento, desequilíbrio no ecossistema local e aumento na conta de luz em períodos de seca.

A importância de se ter fontes de energia limpa na sociedade é indiscutível. Nesse processo de redemocratização da população, seria ideal que o investimento em energia renovável fosse visto como um custo-benefício extremamente necessário. Desmistificar que a instalação de energia renovável é “coisa de rico” seria um dos primeiros passos. O papel do governo nesse processo de transição é fundamental. Não deixar que grandes empresas se apossem e novamente tirem proveito da população e do meio ambiente.

Em 2003, o Governo Federal criou o programa Luz para Todos, com o objetivo de levar energia elétrica para populações de zona rural. De acordo com os dados do Ministério de Minas e Energia (MME), em agosto de 2022, cerca de 3,6 Milhões de famílias foram beneficiadas com o programa, incluindo parte da população na Amazônia.  Esse é um fantástico exemplo de como o Governo pode e deve levar qualidade de vida para as pessoas, especialmente em situações mais vulneráveis. Porém, e se as novas instalações de energia elétrica usassem uma energia renovável? O programa além de cumprir o seu objetivo principal, também ajudaria o meio ambiente e incentivaria praticas mais sustentáveis. 

A energia da mudança precisa ser potente, mais forte que o mercado, mais forte que os interesses individuais. É impossível vislumbrar uma sociedade mais justa sem energia renovável. O futuro da humanidade sempre caminhou rumo a evolução e melhorias. Mas para onde estamos indo agora? 

Maria Letícia Marques – Colunista voluntária da Revista Xapuri. Este artigo não representa a opinião da Revista e é de responsabilidade da autora. Foto: Reprodução/Internet.

 

 


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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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