Imperatriz, agora eu conheço Imperatriz
Ela dançou, sapateou, fez caras e bocas. Moleca toda. Bagunçou geral. Ela tem 13 anos. Vou repetir: 13 aninhos. E arrebatou em Tóquio, em cima de um skate. É PRATA! Fiquei até tarde, até a madrugada. E, até esta madrugada, eu NUNCA tinha ouvido falar sobre essa “pivetinha”. NADINHA.
E dormi extasiado. Que pequena (como se chama menina, garota ou até moça adulta no Maranhão, principalmente na ilha) é essa, papai? Que simpatia e leveza (literal) são essas? Ela pesa apenas 35kg…
Por Marcelo Abreu
Enfim, descobri isso tudo nesta madrugada. E soube mais. Ela é maranhense, de Imperatriz, Sul só Maranhão, longe papoxa da ilha. De carro são longas 10h de viagem. Dá-lhe!
É a segunda e mais importante (e rica) cidade do estado, com uma população de mais de 260 mil pessoas. Só perde, claro, pra capital. Mas eu nunca pisei em Imperatriz. Nem pelos céus.
Só conheço porque, no século 12, havia um voo da Varig, que saía daqui de Brasília com destino a São Luís, e fazia escala em Imperatriz. Às vezes, ia nesse voo.
Hoje, acho, a TAM e Gol fazem a rota. Mas eu prefiro os diretos (pressa de chegar à minha ilha — a idade dá pressa ). Nunca mais passei perto de Imperatriz. Nem no céu.
Enfim, essa pequena me comoveu. Nunca fui repórter de Esportes, mas queria fazer uma matéria com ela. Até aprendo os nomes dos movimentos no skate street. Aprendo tudinho. Marrapá! Sou até esforçado.
Mas o mais importante, pra mim, seria contar a história desde o comecinho desse fenômeno, agora MUNDIAL. Ouvir tudo e me encantar ainda mais. Sem apoio, sem a estrutura de todas que estavam lá, só na garra e vontade únicas, ela encantou o mundo. Era o que se dizia hoje de madrugada, em todo os sites.
Imperatriz deve estar em festa. É pra estar. Tem o direito de estar. E a “imperatriz”, a dona absoluta da cidade, está a caminho. PODEROSA papoxa! Te mete com RAYSSA LEAL!!!
Tu É PHODA, pequena! “Fadinha” do skate street. Fadinha da VIDA REAL. Todo sucesso pra ti. Foi só o comecinho.
Virei teu fã de carteirinha. Alguma alegria, pelo menos, pra este país tão triste e devastado. Tão na escuridão. Tão sem esperança.
Rayssa é catarse pra todos nós.
Marcelo Abreu – Jornalista. Imagens: UOL SPORTS E EBC (Capa)
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Maranhão