Agrotóxicos: 10 milhões de abelhas mortas em Porto Ferreira
O veneno que se conhece por agrotóxico baixa do céu e, por onde passa, vai ceifando a vida de seres indefesos. Agora no começo de janeiro, mais de 10 milhões de abelhas foram mortas na zona rural de Porto Ferreira, no interior de São Paulo.
O agrotóxico pulverizado nos canaviais da região matou as abelhas de 136 colmeias, destruindo um trabalho de quatro décadas. “Nem mesmo as abelhas rainhas resistiram e o chão do local está com milhares de abelhas mortas. As que restaram, voam desorientadas”, diz Wanderley Fardin, o proprietário das colmeias dizimadas.
Fardin informa que possuía nove apiários dentro do canavial pulverizado. Segundo ele, o que provocou a morte das abelhas foi o agrotóxico despejado por um avião, que ele filmou no momento em que despejava o veneno várias vezes para matar os insetos que, segundo os produtores, afetam a plantação de cana-de-açúcar.
A mortandade das abelhas, que, segundo o proprietário, seguiu por vários dias depois da pulverização, gerou uma perda de cerca de mil quilos de mel por ano e de R$ 200 mil em perda financeira.
RESPOSTA DA EMPRESA RESPONSÁVEL PELA PULVERIZAÇÃO DO AGROTÓXICO
A usina agrícola Ferrari, proprietária do canavial, confirmou, por meio de sua diretor que usa um avião para pulverizar suas lavouras com agrotóxico, mas não na área onde ficam as colmeias. Informou também que mandou recolher do local abelhas e folhas para análise laboratorial. O laudo deve ficar pronto em até 70 dias.
USO INCORRETO DE AGROTÓXICOS CAUSA OUTRAS MORTES NA REGIÃO
Um primeiro mapeamento sobre a mortandade das abelhas no estado de São Paulo foi divulgado por pesquisadores
da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em outubro de 2016.
De junho de 2015 até maio de 2016, as equipes analisaram 13 apiários de 6 cidades e concluíram que a principal causa da morte desses insetos é o uso incorreto de agrotóxicos.
Na mesma região, também foram registradas milhões de mortes de abelhas nos municípios de Santa Cruz da Conceição, Gavião Peixoto, Leme e Araras.
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