Sete Mares: A expressão surgiu em lendas da Idade Média e, na verdade, refere-se aos oceanos
Sete Mares: A quantidade de água no planeta é estável. Não muda. Os oceanos são imensas massas de água salgada que abrangem grande parte da superfície terrestre. Mas existe uma diferença entre oceano e mar. A diferença básica é a extensão territorial.
Os oceanos ocupam grandes extensões e são delimitados pelos continentes, enquanto os mares são bem menores e costumam ser delimitados por fronteiras diferentes. Os mares são justamente aqueles trechos mais próximos dos acidentes geográficos terrestres. Um exemplo é o Mar Mediterrâneo, uma extensão do Oceano Atlântico.
“Existem apenas três oceanos no mundo: Pacífico, Atlântico e Índico. Os oceanos Glacial Ártico e Glacial Antártico, na verdade, são mares, pois são rasos e não muito extensos. Eram chamados de oceanos antigamente, tanto é que livros mais antigos ainda trazem essa informação que não é correta”, ressalta Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News.
Os mares são classificados como: abertos ou costeiros, que possuem uma ampla ligação com os oceanos, apresentam ondas maiores. No Havaí formam-se ondas gigantescas, atingindo até 10 metros de altura; continentais ou interiores, que possuem uma ligação muito restrita com os oceanos, e os fechados ou isolados, que se ligam às águas oceânicas apenas indiretamente (através de canais e rios), esse é o caso do mar Mediterrâneo, ligado ao Atlântico pelo Estreito de Gibraltar. O Mar Morto não é um mar, mas um grande lago de água salgada.
Outro aspecto importante para se notar é a profundidade. O menor dos Oceanos, o Índico, tem uma superfície de 73 milhões de quilômetros quadrados, enquanto o maior mar, o da Arábia, cobre 3,6 milhões de quilômetros quadrados. A fossa das Marianas, no Pacífico, apresenta o ponto mais profundo da Terra.
A enorme quantidade de água contida nos oceanos não permanece parada, pelo contrário, elas se movimentam o tempo todo. Dentre os principais movimentos podemos citar: as ondas, as marés e as correntes marítimas. As ondas são causadas pelo vento e a velocidade delas varia muito, dependendo sempre da velocidade e intensidade da ventania. As marés correspondem ao movimento que as águas realizam diariamente, as quais avançam e recuam.
Esse fenômeno se dá por meio de forças gravitacionais que o Sol e a Lua exercem sobre a Terra. As correntes marítimas são massas menores de água que se deslocam por diferentes direções e, realizam deslocamentos distintos de acordo com os hemisférios em que se encontram. No hemisfério Norte as corrente seguem no sentido horário e no hemisfério Sul desloca no sentido anti-horário.
“A profundidade dos mares fronteiriços pode ser muito grande, acima de 2.000 metros, como o Mar da Noruega (máximo 4.000 m) ou o Mar de Coral (no máximo 9.140 m), localizado entre a Austrália e Nova Caledônia”, informa Vininha F. Carvalho.
A expressão “sete mares” surgiu em lendas da Idade Média e, na verdade, refere-se a oceanos. Muitas pessoas utilizam essa expressão atualmente para dividir os oceanos de uma forma diferente: o Pacífico e o Atlântico dividem-se em dois cada um. A eles se somam o Índico, Glacial Ártico e Glacial Antártico.
O corpo de água mais remoto do mundo, localizado na metade sul do oceano Pacífico, é considerado pelos cientistas como um deserto, uma vez que abriga a menor e menos variedade fauna marinha de todo o planeta.
A cor do mar varia entre azul e outras cores, como o verde e o cinza escuro. As causas dessas variações se devem ao reflexo do céu, à temperatura das águas, ou ainda, à presença de sedimentos coloridos ou substâncias no fundo do mar.
“O mar é salgado porque em suas águas há predomínio de cloreto de sódio. Mas, um grupo de geólogos da Universidade de Columbia, em Nova York, afirma que na costa nordeste dos Estados Unidos há quase três mil quilômetros cúbicos de água doce presa em sedimentos porosos sob a água salgada do mar”, salienta Carvalho.
A descoberta, embora surpreendente, era algo do qual já se suspeitava. Especialistas acreditam que esses tipos de depósito de água doce são abundantes, mas muito pouco se sabe sobre seus volumes e sua distribuição no planeta. Os cientistas acreditam que este aquífero é o maior já encontrado
Os pesquisadores dizem que, de maneira geral, a água do aquífero é mais doce perto da costa e mais salgada à medida que entra no mar. Isso pode significar que, com o passar do tempo, os dois tipos de água vão se misturando. A água salgada é melhor condutora de ondas eletromagnéticas do que a água doce, então, pelo tipo de sinais de baixa condutância que receberam, eles puderam concluir que havia água doce lá embaixo.
Cada vez mais, as massas de água do planeta veem sofrendo com as alterações climáticas, decorrentes sobretudo pela poluição que, aos poucos, estão modificando de maneira substancial a configuração natural do planeta. A Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o período de 2021 a 2030 como a Década dos Oceanos, com o objetivo de ampliar a cooperação internacional em pesquisa para promover a preservação dos mares e a gestão dos recursos naturais de zonas costeiras, conclui Carvalho.
Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.
Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.
Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.
Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.
Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.
Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.
Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.
Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.
Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.
Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.
Zezé Weiss
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