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Expedição Alucia documenta maior colônia de golfinhos-rotadores do mundo

Expedição Alucia documenta maior colônia de golfinhos-rotadores do mundo

Expedição Alucia documenta maior colônia de golfinhos-rotadores do mundo – Pela primeira vez no , uma equipe interdisciplinar está a bordo do navio Alucia, em Fernando de Noronha (ficam até dia 14), para documentar a maior colônia de golfinhos-rotadores do mundo e explorar regiões profundas do arquipélago de Fernando de Noronha e do Atol das Rocas

O objetivo da expedição, composta por pesquisadores norte-americanos e brasileiros, é  aprimorar o conhecimento de pouco estudados de regiões profundas e, principalmente,  coletar dados da maior colônia de golfinhos-rotadores do mundo.

Mais de 40 pessoas participam da exploração, entre eles, pesquisadores do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP) e do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo e do Instituto Chico Mendes de Conservação da (ICMBio).

Os pesquisadores trabalham tendo por base operacional o navio Alucia, de 56 metros de comprimento, pertencente ao Instituto Oceanográfico Woods Hole (WHOI) que, entre as suas expedições e pesquisas pelo mundo, identificou os restos do Titanic e, de especial contribuição ao Brasil, a caixa preta do AF-447.

“Esta é a primeira vez que o Alucia está no Brasil. Temos certeza de que a atual missão em Fernando de Noronha, assim como na recente passagem pela costa paulista e na futura passagem pela costa norte, ajudará a explorar as águas do país de uma forma nunca antes realizada devido às tecnologias e aos recursos de ponta que estão a bordo da embarcação”, diz a coordenadora do do WHOI Melissa Patrician.

“O IOUSP tem uma especialização em estudos de mamíferos marinhos e, recentemente, tem investido em estudos colaborativos ao longo da costa. Com o Alucia navegando em águas brasileiras optamos pelo deslocamento para o que possui lugares fantásticos.

Escolhemos Fernando de Noronha com base nas possibilidades de estudar uma população local de golfinhos-rotadores e dar apoio científico ao projeto local do Instituto ”, explica o pesquisador especialista em golfinhos e baleias Marcos Santos, da USP, que tem participado de diferentes etapas da expedição na costa sul, sudeste e nordeste.

“Os estudos colaborativos com a WHOI têm nos ajudado a coletar dados e ter experiências ao vivo que, provavelmente, não conseguiríamos com os recursos tecnológicos que dispomos no Brasil. Desde que chegamos a Fernando de Noronha, por exemplo, tive o privilégio de me envolver diretamente com golfinhos-rotadores e ver, por períodos longos, como interagem em seu habitat. Tivemos, inclusive, a fantástica experiência de ver de 200 a 300 golfinhos usando uma mesma área e, em seguida, nadando juntos para outra direção. Isso é realmente incrível”, complementa.

Em Fernando de Noronha, as coletas de dados serão realizadas em duas etapas. A primeira delas está focada em estudar peixes luminescentes e o comportamento da maior colônia de golfinhos-rotadores do mundo. Posteriormente, um grupo de observadores científicos e patrocinadores do instituto irão se juntar aos pesquisadores e à tripulação a bordo do Alucia para testemunhar a ciência e apoiar as descobertas e imagens captadas na região.

As pesquisas desenvolvidas a bordo do Alucia também contribuirão para o Projeto Golfinho-Rotador desenvolvido através do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA) pertencente ao ICMBio.

“Um dos maiores ganhos com a parceria entre a USP e o grupo que está a bordo do Alucia é poder ter um barco de pesquisas com tecnologia de ponta no arquipélago que poderá acessar locais que antes não conseguíamos chegar por limitações técnicas. Aproveitaremos os dados coletados para entender melhor a dinâmica dos golfinhos nessas áreas e, assim, teremos mais elementos para normatizar e organizar os acessos e manejos na região”, avalia o gestor do ICMBio de Fernando de Noronha Felipe Cruz Mendonça.

Outras expedições serão realizadas no Brasil. Elas ocorrerão nos rochedos dos arquipélagos de São e São Paulo em Pernambuco, entre 18 de junho a 09 de julho. De 13 a 26 de julho o cruzeiro seguirá para a cadeia norte brasileira e margem equatorial (plataforma e talude amazônico). Para explorar essas regiões o WHOI estabeleceu parcerias com a Universidade Federal Fluminense (UFF) e o Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Para transitar em águas brasileiras, o Alucia conta com o trabalho realizado pela Brasil Yacht Services – empresa especializada no atendimento a embarcações de grande porte no Brasil.

“É uma enorme satisfação participar da missão científica do navio Alucia no Brasil.  Nossos cientistas e nossas instituições estão sendo diretamente beneficiados com os estudos realizados com equipamentos de alta tecnologia.  O projeto foi muito bem recebido pelo ICMBio e, seguramente, contribuirá com descobertas muito úteis para a preservação do arquipélago”, destaca o diretor da Brazil Yacht Services João Raphael Kossmann.

Uso da tecnologia facilita a coleta de informações

Para aprimorar o conhecimento dos aspectos gerais da biologia de profundidade nesta parte do Atlântico Sul, os pesquisadores de universidades nacionais contam com o navio Alucia. Além de uma equipe de tripulantes altamente qualificada e acostumada a dar suporte em cruzeiros de pesquisa, a embarcação conta com recursos tecnológicos avançados.

Entre os equipamentos de maior destaque estão: os dois submarinos dos modelos Triton 3300/3 e o Deep Rover 2, que podem atingir a profundidade máxima de 1000 metros. Ambos têm capacidade de coletar amostras e de fazer imagens de última geração, mesmo em profundidade. Inclusive, um deles chega a ter oito horas de autonomia.

Laboratório de ciência para processar os dados coletados em real e outro de mídia para processar as imagens gravadas são mais diferenciais. Estão disponíveis ainda barcos de apoio e heliponto.

Sobre o Instituto Oceanográfico Woods Hole

O Instituto Oceanográfico Woods Hole (WHOI) é a maior organização independente de pesquisa marinha do mundo. Devido à sua expertise esteve envolvido na descoberta histórica dos restos do Titanic em 1985 e participou do resgate da caixa preta do voo 447 da Air France que caiu em 2009 no Oceano Atlântico com o Alucia. O cruzeiro oceanográfico de pesquisa pelo Brasil iniciou em 24 de abril e deve seguir até o dia 30 de julho.

Mais informaçõeshttp://www.aluciaproductions.com/  e http://www.brazilyachtservices.com/


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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