Desmatamento na Amazônia

Amazônia: Desmatamento em agosto é 199% maior

Amazônia: Desmatamento em agosto é 199% maior do que mesmo período em 2017

Bem que gostaríamos de dar uma boa notícia. Mas, infelizmente, as árvores da Amazônia continuam a ser derrubadas.

 
Desmatamento na Amazônia
Foto: Kate Evans/Cifor/Creative Commons/Flickr

Mês a mês, em 2018, o desmatamento na , área que compreende nove estados brasileiros e corresponde a quase 60% do território nacional, só faz aumentar.
Segundo o boletim mensal do desmatamento da Amazônia Legal (SAD), elaborado pelo Instituto Homem e da Amazônia (), em agosto de 2018, a derrubada de floresta foi 199% maior em comparação ao mesmo mês do ano passado.
No total, o SAD detectou 554 km2 de desmatamento na Amazônia. Neste mesmo período, em 2017, eram 182 km2.
De acordo com o levantamento, os principais responsáveis pelo desmatamento foram Pará (37%), Mato Grosso (20%), (19%), Rondônia (16%) e Acre (7%) e Roraima (1%).
As florestas degradadas na Amazônia Legal – quando não há corte raso da vegetação – somaram 118 km2 em agosto de 2018. Pelo menos neste índice houve redução: 70% se comparado ao mesmo período de 2017. O estado do Mato Grosso foi o principal culpado pela destruição: 89% da degradação se deu ali.
Ainda segundo o relatório do Imazon, 55% do desmatamento registrado em agosto último ocorreu em terras privadas ou “sob diversos estágios de posse”. O restante das áreas que teve corte raso de floresta aconteceu em assentamentos de (23%), Unidades de (18%), , e (4%).
Pelo gráfico abaixo, é possível notar como a taxa de desmatamento na Amazônia, em áreas maiores ou iguais a 10 hectares, vem aumentando desde o começo do ano, principalmente entre os meses de abril e junho. Somente então houve uma leve queda. Por outro lado, a degradação teve uma curva acentuada – para cima – entre junho e julho.
Desmatamento na Amazônia
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Os municípios que mais destruíram a floresta foram Lábrea (AM), Porto Velho (RO), São Félix do Xingu (PA), Altamira (PA) e Colniza (MT). Este último, inclusive, ficou marcado por um massacre, em novembro de 2017, quando nove pessoas foram assassinadas brutalmente em uma área rural (leia mais aqui).
Desmatamento na Amazônia
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Os alertas de desmatamento e degradação florestal realizados pelo Imazon são gerados pela plataforma Google Earth Engine (EE), com a utilização de imagens de satélites e mapas digitais. Todavia, os índices de deflorestamento da Amazônia publicados pelo instituto não são oficiais. O governo só leva em conta os dados elaborados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que frequentemente apresenta números diferentes aos do Imazon. A discrepância nos resultados se dá ao uso de metodologias distintas de avaliação.
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Desmatamento na Amazônia

 
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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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