Amazônia: 381 novas espécies descobertas

Amazônia: 381 novas espécies descobertas

Na Amazônia, uma nova espécie é descoberta a cada dois dias. Entre os anos de 2014 e 2015 foram catalogadas 381 novas espécies de plantas e animais vertebrados, a maioria delas em áreas de conservação ou zonas próximas, sendo que quatro na Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca). Os dados fazem parte do relatório apresentado pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF) no dia 30 de agosto, em São Paulo.

Foram catalogadas: 216 novas espécies de plantas; 93 de peixes; 32 de anfíbios; 19 de répteis; 01 ave; 18 mamíferos; e 02 mamíferos fósseis, incluindo o zogue-zogue, um macaco com longa cauda avermelhada, avistado no noroeste do estado de Mato Grosso. Além dessas, registrou-se também uma nova espécie de golfinho de água doce, cuja estimativa de aparição no planeta é de cerca de 2,8 milhões de anos.

O relatório, realizado em parceria com o Instituto Mamirawá, foi elaborado por dezenas de cientistas, com a colaboração da população local. Como metodologia, foi feita uma revisão de bibliografia científica para inclusão apenas das novas espécies de vertebrados e plantas descritas em periódicos científicos e submetidas à revisão dos pares, informou o WWF.

A Amazônia hospeda a maior diversidade entre as florestas tropicais da Terra. Segundo estudo de 2005, citado pelo WWF, atualmente há entre 1,7 e 1,8 milhão de espécies no mundo. Dentre essas, 80% ainda não teriam sido mapeadas. Os cientistas alertam que precisam correr contra o tempo nesse trabalho, porque 0,1% das espécies do planeta desaparecem todos os anos.

ALGUMAS DAS NOVAS ESPÉCIES ENCONTRADAS EM SOLO BRASILEIRO:

Hypocnemis Dondoni – cantador-de-rondon – pequena ave com cores bem distintas. O nome da espécie foi dado em homenagem ao antropólogo, explorador e indigenista brasileiro, Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon.

lanta Guatteria amapaenses – espécie vegetal descoberta no Amapá, na rodovia Perimetral Norte. Sem coordenadas.

Iônia araguaiaensis – espécie de boto que só foi descrita recentemente, em 2014, graças à análise de carcaças encontradas em um lago da bacia do rio Araguaia.

Potamotrygon limai – arraia de água doce, a limai foi encontrada no estado de Rondônia, no rio Jamari, bacia do alto rio Madeira; até então era confundida com outra do mesmo gênero.

Plecturocebus miltoni – macaco zogue-zogue-rabo-de-fogo – animal descoberto em dezembro de 2010, no noroeste do Mato Grosso. A publicação do artigo científico que registra a espécie foi concluída em 2014. O nome “rabo de fogo” é inspirado na sua longa cauda avermelhada. Já a  alcunha científica foi dada em homenagem ao cientista Milton Thiago de Mello, em reconhecimento a sua contribuição à primatologia.


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!