Amazônia: O pior desmatamento da década

Amazônia: O pior desmatamento da década

Amazônia: O pior desmatamento da década

Área desmatada na Amazônia no primeiro semestre é a pior da década: Apenas em junho foram destruídos 926 km² de floresta, território quase três vezes maior do que Fortaleza

 
RIO E SÃO PAULO — O desmatamento na Amazônia atingiu 926 km² em junho, uma área quase três vezes maior do que a cidade de Fortaleza, aponta levantamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgado nesta segunda-feira.
 
O número representa um aumento de 10% em relação a junho de 2020 e é o terceiro maior para o mês em 10 anos. No acumulado dos primeiros seis meses de 2021, o desmatamento atingiu a maior área da década para o período, segundo o monitoramento do instituto, realizado por meio do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), que utiliza imagens de satélite e de radar.
 
O desmatamento tem batido frequentes recordes negativos. As áreas desmatadas em março, abril e maio foram as maiores dos últimos 10 anos para cada mês. “Se analisarmos apenas o acumulado em 2021, o desmatamento também é o pior da última década”, afirma em nota Antônio Fonseca, pesquisador do Imazon.
 
A um mês de fechar o ano-calendário, que vai de agosto a julho, o desmatamento na Amazônia já aumentou 51% em relação ao período anterior. O acumulado nos últimos 11 meses, de agosto de 2020 a junho deste ano, chegou a 8.381 km². Carlos Souza Junior, coordenador do programa de monitoramento da Amazônia, classifica a situação como alarmante.
 
— O desmatamento é um problema crônico na Amazônia, mas agora está sem controle. Não é preciso reinventar a roda. Comando e controle são as ferramentas mais efetivas para estancar a destruição nas áreas críticas — diz ele.
 
Com o atual ritmo de destruição, assinala, o Brasil corre o risco de chegar a 15 mil km² de desmatamento e a contenção precisa ser imediata, já que vai entrar o período de verão na Amazônia, que é quando mais se desmata.
 
— O discurso de que o desmatamento vai gerar riqueza não se sustenta mais. A Amazônia tem áreas desmatadas suficientes para o agronegócio, para a pecuária, para sistemas agroflorestais e novos assentamentos de reforma agrária — explica.
 
Arco do desmatamento aumenta
 
Os estados com maior área destruída no mês passado são Pará e Amazonas, que juntos representaram 61% do desmatamento na Amazônia Legal. Desde 2006 o Pará encabeça.
 
Em junho, quatro de seus municípios estiveram entre os que mais desmataram – Altamira, São Félix do Xingu, Novo Progresso e Itaituba, num total de 174 km²
 
No Amazonas, a destruição avança pelo Sul do estado, nos municípios de Apuí, Boca do Acre e Novo Aripuanã, que estão numa área onde o governo estuda criar um novo polo de produção agrícola. Juntos, os três municípios perderam 143 km² de floresta.
 
— O arco do desmatamento aumentou e invadiu o coração da Amazônia, onde estão áreas predominantemente de floresta — diz Souza Jr.
 
Ele lembra que a destruição está também avançando nas unidades de conservação e em terras indígenas, com aumento de 13% e 2% em junho, respectivamente.
 
— É um movimento muito perigoso.

Fonte: oglobo.globo.com/sociedade/um-so-planeta/amazonia


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