Amazônia Terra Arrasada
A tragédia da Migração do Norte para o Sudeste, a partir da década de 1960, gerou insuficiência de mão de obra, sendo necessário que nordestinos do Maranhão, Piauí e Ceará pra cá viessem, estabelecendo moradia nas baixadas de Belém e cidades do interior.
Por Marcelo Bahia
Passadas décadas, e após um período de pleno emprego na gestão Lula-Dilma, a catástrofe da migração – dessa vez do Norte para o Sul, sobretudo para Santa Catarina – está novamente ocorrendo.
Assistimos tristes e chorosos nossos amigos, sobrinhos, irmãos e filhos se mandarem atrás de emprego e oportunidades, porque não há vagas na indústria porque não há indústria (isso na maior província mineral do planeta Terra).
Por aqui, o agronegócio está cada vez mais mecanizado e as oportunidades, escassas, demandam altíssimo grau de qualificação técnica e científica, problema agravado com o baixo investimento e até mesmo o sucateamento das universidades e todo tipo de ataque à ciência e ao saber.
Restam vagas apenas nos órgãos públicos que exigem concursos cada vez mais disputados ou padrinhos cada vez mais influentes.
Já é comum ver limpando chão de farmácia em Belém estudantes de medicina, e professores recém-formados, sentados nos coletivos, fazendo a função de cobradores de passagens, além de advogados, engenheiros e outros profissionais dirigindo aplicativos o dia e a noite inteira pra sobreviverem.
A cada nova eleição os novos atores políticos tomam o lugar da velhas raposas prometendo o mais do mesmo: asfalto e assistencialismo. Assim, essa terra rica e arrasada vai ficando deserta de cérebros e juventude, restando os velhacos, raposas e as saúvas para devorarem tudo o que podem, deixando a nossa terra arrasada.
Até quando?
Marcelo Bahia – Cientista Político. Fotos: DW.
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