A árvore dos enforcados: símbolo da cultura negra em Araxá
Já faz uns anos que a bicentenária arvore dos enforcados morreu, segundo especialistas de causas naturais. Mesmo assim, desde 2011 seus galhos secos continuam lá, firmes sob o céu azul de Araxá, atraindo gente, contando e fazendo história.
Por Zezé Weiss
Diz a lenda que ali naquele pau d´óleo que fica no alto da cidade, se enforcavam escravos. Dizem também que, no século XIX, depois do enforcamento de dois escravos, condenados em júri pelo morte de um senhor de escravos, muita gente viu a árvore chorar.
No dia 31 de maio de 2004, no entorno da árvore, foi inaugurado o Centro de Referência da Cultura Negra que abriga um salão de exposição, um museu da memória, uma excelente biblioteca, sobretudo para crianças, e salas para cursos livres.
O Centro é muito bem cuidado e merece uma visita em sua próxima passagem por Araxá. Tendo sorte, você participa de uma oficina de bonecas “abayoni” e leva uma de lembrança com você. São lindas!
Em 2008, dois anos antes de sua morte, vereadores do município tentaram mudar seu nome para “Árvore da Libertação”. Não deu certo. A população se mobilizou e, por meio de um abaixo-assinado, impediu a troca do nome da “Árvore dos Enforcados.”
Mesmo depois de sua morte, atestada em dezembro de 2010, pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) de Minas Gerais, ao fim de um ciclo de 200 anos de vida, a “Arvore dos Enforcados” continua sendo um importante ponto turístico em Araxá.
Em 2023, passei por lá no Natal. Os galhos secos já escasseiam, praticamente não mais existem. Mas a placa continua lá. E o Centro de Referência da Cultura Negra continua firme e forte!
Araxá é a cidade mais antiga de todo o Sertão da Farinha Podre, isto é, todo o Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba.
O topônimo “Araxá” significa terreno elevado e plano, planalto, chapadão, região mais elevada do que qualquer sistema orográfico. Os primeiros povoados da região foram para o Desemboque, distrito de Sacramento, atraídos pela exploração do ouro.
Posteriormente, com a decadência da mineração, a população local dedicou-se à criação de gado.
Entre 1770 e 1780, Araxá recebeu seus primeiros moradores e moradoras, e surgiram as primeiras fazendas da região.
Descoberta a fertilidade da terra e o sal mineral nas águas do Barreiro, o povoamento de Araxá se intensificou.
Em 1780 surge um povoado em um pouso de tropeiros na passagem de gado que ia ao Barreiro salitrar.
Em 1791, foi criada a Freguesia de São Domingos do Araxá e nomeado o primeiro vigário.
Fonte: Wikepedia.