Henda
Por longo tempo, os homens dependeram exclusivamente das plantas para sanar seus males físicos. Todos os povos da Terra possuem seu acervo de conhecimentos utilitários sobre a flora que os rodeia.
Hipócrates, o “pai da medicina”, listou algumas centenas de plantas, muitas das quais prestam serviço até hoje. Plínio, o naturalista romano do século I, conhecia os vegetais de uso em poções salutíferas.
No século VI, Paracelso, o grande alquimista e médico suíço, dedicou-se ao estudo minucioso das plantas, deixando preciosas indicações para a aplicação medicinal e esotérica de grande número de ervas e flores.
Nos claustros antigos, o cultivo de variados espécimes do reino vegetal era tarefa importante para os monges. Junto ao jardim dos mosteiros, onde se espalhavam plantas ornamentais, os frades mantinham um jardim de “prazer” e de “cura” – o herbularis – que servia à mesa e à farmacopeia com a qual socorriam os doentes.
Grandes conhecedores da “Farmácia do Bom Deus”, como dizem os franceses, são os ciganos que, há séculos, transmitem de geração a geração os segredos dos meios oferecidos pela flora para a manutenção da vida. À colheita das plantas e ao preparo de poderosas panaceias consagravam-se as velhas avós que, por sua vez, aprenderam com suas avós gadjé as misteriosas mezinhas que garantiriam a saúde de seus netos.
O interesse pelas virtudes curativas das flores, folhas e raízes atravessou os tempos e hoje é revivido não somente por grande número de pessoas que buscam alternativas para as fórmulas químicas, como também pelos pesquisadores científicos, preocupados em ampliar suas informações sobre as qualidades vitais das plantas com o objetivo de descobrir sua validade para a vida humana.
Henda
em Segredos de Tias e Flores,
Editora Relume Dumará,1994