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China e Índia tornam o planeta mais verde comparado há 20 anos atrás

China e Índia tornam o planeta mais verde comparado há 20 anos atrás

Pesquisa da Nasa (a agência espacial americana) traz um respiro ao meio ambiente: o planeta se tornou mais verde na comparação com 20 anos atrás.

O fato é graças aos dois países mais populosos do mundo: China e Índia.

Por Vanessa de Oliveira – pensamentoverde

De acordo com o , a área global de cobertura folhosa aumentou em 5% desde o início dos anos 2000 em todo o , uma área equivalente à da floresta amazônica. Atualmente, há dois milhões de milhas quadradas de folhas verdes adicionais por ano.

As duas nações destacadas na análise respondem por um terço das novas florestas, plantações e outros tipos de vegetação observadas globalmente desde 2000.

Por quase duas décadas, dois satélites da Nasa coletaram dados e imagens da Terra para observar o comportamento das áreas “verdes”. Os resultados mostram que a China representa um quarto desse incremento de cobertura verde, igual ao observado na Rússia, nos e no Canadá no mesmo período. No país, 42% desse resultado vem da implantação de programas de plantio de árvores, como uma das ações que integram um esforço nacional para reduzir a erosão do solo, poluição do ar e . Outros 32% envolvem o cultivo de culturas alimentares.

Já a Índia detém 6,8% do aumento líquido de área verde global, com 82% advindo de plantios agrícolas. As florestas representam 4,4%. Ambos os países aumentaram consideravelmente o plantio de cultivos alimentares para atender à demanda de suas populações crescentes. A produção de grãos, legumes e frutas aumentou entre 35% e 40% desde 2000.

planeta verde interna

Ressalvas

Os pesquisadores fazem uma ressalva quanto ao resultado do estudo: o aumento da vegetação em todo o mundo não compensa os danos causados ​​pela perda da cobertura natural em regiões tropicais, como o e a Indonésia. A terra dedicada à agricultura não ajuda a armazenar carbono, como é o caso das florestas.

Floresta amazônica em alerta

No Brasil, a situação da floresta amazônica é alarmante. O desmatamento da atingiu seu maior nível em uma década, impulsionado pela ilegal de madeira e pelo avanço da agricultura sobre a floresta.

Imagens de satélite mostraram que entre julho de 2017 e julho de 2018, 7.900 quilômetros quadrados de floresta amazônica foram destruídos. O número é equivalente a mais da metade do território da Jamaica.
Os estados do Pará, Mato Grosso, Rondônia e foram os que apresentaram os índices mais elevados de desmatamento.

Cientistas consideram a Amazônia como uma das principais proteções naturais contra o , já que a floresta atua como gigantesca absorvedora de carbono. Além disso, a floresta também é rica em e abriga bilhões de espécies ainda não estudadas.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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