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Ato pela Terra: Lindo e Inspirador!

Ato pela Terra: Lindo e Inspirador
 
Muito lindo e inspirador o Ato pela Terra. Celebração em defesa de tudo que temos de mais vivo, de mais precioso, poético, verdadeiro, espontâneo, musical e Alegre. Frente à farsa, ignorância ou mal caráter dos que se vendem e enganam o seu povo, a inteligência, a Arte e o bom senso há de prevalecer. Gratidão, Caetano – vc se revelou um apresentador/ catalizador maravilhoso!
 
 
” …A razão porque um compositor e cantor de canções dirige essas palavras é a notável identificação que os artistas têm com o tema do meio ambiente. Muitos artistas que não se veem agindo por motivações explicitamente políticas, se reconhecem na causa ambiental.
 
Ouso dizer que isso se deve à natureza abrangente e mesmo sublime da questão ecológica. Nela os artistas vêem a busca da harmonia, a decisão sobre o sentido do humano no mundo, a luz da salvação. Os poemas, quadros, esculturas, filmes, romances, sinfonias, canções… não tratam de outra coisa.
 
Um artista pode ser indiferente à definição de esquerda e direita ( não é o meu caso). Sei de muitos artistas que não apostam nada em, de um lado mudanças progressistas e nem de outro, conservação de estruturas sedimentadas, mas veem na causa ambiental a totalização da inspiração e a responsabilidade do equilíbrio como nas formas de Arte.
 
Em nome deles, dos especialistas no assunto e dos interessados na preservação, dirijo-me à autoridade máxima aqui presente. O Senado tem o poder e a responsabilidade de impedir mudanças legislativas irreversíveis que cedendo a interesses localizados, empurram uma conta imensa à sociedade e comprometem o futuro do país. Com todo respeito e na esperança de que o poder legislativo desperte para o seu possível papel de levar o Brasil a iluminar o mundo, deixo em suas mãos esse documento.
 
Muito obrigado. “
 
Caetano em carta aberta dos artistas ao Senado, lida em solenidade no dia 9 de março de 2022.
(Texto adaptado por Romulo Andrade)
 
Romulo Andrade – Professor, poeta, escritor. Foto: Mídia Ninja. 

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

 
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