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A´uwê Uptabi: Xavante, “o povo verdadeiro”

A´uwê Uptabi: Xavante, “o povo verdadeiro”

 Os A´uwê Uptabi (povo verdadeiro), que é como se autodenomina o povo por nós conhecido como Xavante, o maior povo indígena do Centro-Oeste, hoje com cerca de 23 mil pessoas, segundo o IBGE, é originário de áreas do antigo estado de Goiás, agora localizadas no estado do Tocantins.

Por Ana Paula Sabino e Samuel Leão

No princípio, diz a história, os Xavante conviviam com o povo Xerente, vindo das terras secas do Nordeste em busca das águas fartas da região, na margem leste do rio Araguaia, na área  onde hoje se encontra o município de Tocantínia, distante apenas 70 km de Palmas, a capital do Tocantins.

Em algum momento, entre o final do século XVIII e o início do século XIX, os Xavante se apartaram dos Xerente, que continuam em Tocantínia, atravessaram o rio Araguaia e tomaram o rumo da região da Serra do Roncador, onde se estabeleceram em terras geograficamente pertencentes ao estado de Mato Grosso.

O contato com o branco vem de longa data, provavelmente desde o início da travessia dos A´uwê Uptabi rumo ao lado oeste do país.  Os primeiros registros de contato encontram-se associados ao aldeamento conhecido por Carretão, localizado entre os municípios goianos de Rubiataba e Nova América, onde o Estado brasileiro confinou grupos de várias etnias indígenas, dentre elas os Xavante, Xerente, Javaé e os Karajá, no último quarto do século XVIII.

Os Xavante se tornaram nacionalmente conhecidos – e famosos – no final da década de 1940, durante a “Marcha para o Oeste”, promovida pelo Estado Novo de Getúlio Vargas (1937–1946), para franquear as áreas centrais do país para a expansão capitalista.

Em 1946, o Serviço de Proteção aos Índios (SPI) anunciou a “pacificação dos Xavante”, contestada pelos Xavante. Segundo os A´uwê Uptabi, o SPI “pacificou” apenas um pequeno grupo local, localizado ao leste do estado de Mato Grosso.

Da metade dos anos 1940 até a década de 1960, vários grupos Xavante estabeleceram relações pacíficas com diversas representações da sociedade envolvente, de equipes do SPI a missões religiosas de católicos e protestantes, o que impactou a cultura Xavante, sem, contudo, descaracterizá-la.

Ainda que algumas instituições sociais e várias práticas cerimoniais tenham sido afetadas, o essencial da cultura Xavante – sua língua, sua cosmologia, seus rituais ancestrais – mantêm-se vivos e continuam sendo transmitidos de geração para geração.

Desde os anos 1960, as comunidades Xavante, que são politicamente autônomas, mas se unem para alcançar seus objetivos comuns, vêm sendo assoladas pela praga da agropecuária extensiva, que, subsidiada por incentivos do governo brasileiro, invade, desmata e degrada imensas áreas de Cerrado, pertencentes ao povo Xavante para, em seu lugar, implantar grandes fazendas de monocultivo agrícola, especialmente de arroz e de soja, ou grandes fazendas de gado, tudo para exportação.

 AS TERRAS XAVANTE

 A definição legal das terras Xavante pela Fundação Nacional do Índio (Funai) ocorreu entre a década de 1970 e o ano de 1981. Embora o limite fixado no processo demarcatório não correspondesse ao pleiteado pelas comunidades indígenas, seis terras Xavante foram demarcadas nesse período.

O acesso a porções do território tradicional do povo Xavante envolveu, muitas vezes, fraudes. Sabe-se de casos em que, para disponibilizar terras à produção não indígena, autoridades alteraram mapas e atestaram a ausência de habitantes indígenas.

Assim, divididos, os Xavante ocuparam sete terras indígenas descontínuas – Areões, Marechal Rondon, Parabubure, Pimentel Barbosa, Sangradouro-Volta Grande, São Marcos e Marãiwatsede, que foi a última a ser demarcada. 

Cada uma dessas terras tem um histórico de contato diferenciado com a sociedade circundante, mas, no geral, as terras ao seu redor, por eles tradicionalmente ocupadas há pelos menos dois séculos, estão hoje tomadas por não indígenas – posseiros, latifundiários, empresas agropecuárias, estradas, povoados e missões religiosas.

A demarcação do território Xavante em “ilhas” contribuiu para o isolamento, para a desarticulação política dos grupos, para a carência alimentar, para o sedentarismo e para o surgimento endêmico de doenças “dos brancos”, como a tuberculose e o diabetes.

 FAZENDA SUIÁ-MISSU – TERRA INDÍGENA MARÃIWATSÉDÉ

 A cobiça pelo território Xavante de Marãiwatsédé vem desde o começo do século XX, quando grileiros foram estabelecendo suas fazendas em terras indígenas.

Contudo, registra a história que o pioneiro da ocupação ilegal foi o colonizador Ariosto da Riva (1915–1992) que, a  partir dos anos 1950, criou a Fazenda Suiá-Missu, de início um empreendimento com 500 mil hectares, que chegou a alcançar uma área superior a 800 mil hectares, com recebimento de terras indígenas em doação pelo regime militar.

Para formar a Suiá-Missu, “a maior fazenda do mundo”, Ariosto, conhecido como o “último bandeirante”, abriu cidades e outras fazendas no norte e nordeste de Mato Grosso, fazendo uso da mão de obra barata local, inclusive a dos próprios Xavante, e removendo os indígenas, como os de Marãiwatsédé, que estavam no meio de seus empreendimentos.

Na década de 1960, os Xavante de Marãiwatsédé, área no nordeste do Mato Grosso, foram removidos à força para a Terra Indígena São Marcos, no município de Barra do Garças. Os mais velhos relatam que, em agosto de 1966, três aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) aterrissaram na aldeia Umréruré e, por meio de gritos e gestos, já que não falavam a língua Xavante, ordenaram, de uma hora pra outra, sem tempo para que as pessoas pudessem se despedir de seus animais ou pegar suas coisas, que todos os membros da aldeia, sem exceção, embarcassem nos aviões.

Cerca de 300 indígenas foram sequestrados da área pelos aviões da FAB não em uma, mas várias, cerca de quatro ou cinco viagens, para, por ordem do regime militar (1964–1985) desocupar suas terras para a expansão da Fazenda Suiá-Missu, que se tornou o maior latifúndio do Brasil.

Chegando à Terra Indígena São Marcos, os missionários desmantelaram as famílias, tiraram as crianças dos pais e separaram os adultos uns dos outros, em diversas casas da comunidade. Muitos morreram de tristeza, por não se adaptarem em outra terra indígena, outros morreram de doenças dos “brancos”. 

Em pouco tempo, um surto de gripe e de sarampo matou mais de 80 indígenas, quase 30% do grupo de expatriados, todos eles enterrados em uma vala comum, sem nenhum rito funerário, sem o conforto dos rituais do povo Xavante.

Os sobreviventes da mortandade de São Marcos fizeram um pacto: dali por diante, sua vida seria de luta para um dia retornar a Marãiwatsédé, fosse do jeito que fosse, demorasse o tempo que demorasse.

A LONGA JORNADA DE VOLTA PRA CASA

 Inadaptados à Terra Indígena São Marcos, que era uma missão salesiana, os Xavante de Marãiwatsédé foram se esparramando por outras aldeias Xavante, entre 1966 e 2004.

Em 1984, com a pressão das ruas para o fim da ditadura militar, um grupo de resistentes de Marãiwatsédé, aldeados na Terra Indígena Pimentel Barbosa, teve, enfim, condições de começar a organizar sua longa caminhada de volta pra casa. Com os sinais iminentes do retorno da democracia, a Funai criou um grupo de trabalho (GT) para tratar de Marãiwatsédé. Coordenado pelas antropólogas Patrícia de Mendonça Rodrigues e Iara Ferraz, o GT decidiu que uma área de 200 mil hectares deveria ser devolvida ao seu povo ancestral.

Entretanto, os Xavante não tinham como voltar para Marãiwatsédé, que estava totalmente invadida por grileiros, posseiros e fazendeiros, incluindo a empresa italiana Ente Nazionale Idrocarburi (Eni), uma das maiores proprietárias da Terra Indígena.

Em 1992, o Brasil sediou a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Eco-92), no Rio de Janeiro. Durante a Eco-92, um grupo Xavante ganhou a atenção internacional para a situação de Marãiwatsédé. Pressionada, em um gesto simbólico, a presidência da Eni anunciou a devolução do território Marãiwatsédé sob seu controle para o povo Xavante.

Em decorrência do ocorrido na Eco-92, o governo federal decide reiniciar o processo de reconhecimento para a legalização do território da Terra Indígena. Em 1998, a Terra Indígena Marãiwatsédé foi homologada pelo governo brasileiro, com um território encolhido de 165 mil hectares. Mas, de novo, ninguém podia voltar pra casa, porque a área continuava tomada por grileiros, posseiros e fazendeiros. 

Não satisfeitos, os “grandes” da área, aliados aos políticos de plantão, resolveram questionar a homologação e, de uma hora pra outra, onde era para ser a primeira aldeia da retomada, passou a abrigar o povoado de Posto da Mata, completamente ocupado por não indígenas.

Judicializada, a homologação dava sinais de que não sairia do papel. Foi então que, em 2003, um grupo de guerreiros Xavante partiu de Pimentel Barbosa decidido a ocupar o que lhes era de direito. Na ponte de acesso à Terra Indígena, encontraram uma barreira de homens armados, organizada e municiada pelos fazendeiros.

Os Xavante decidiram pelo enfrentamento. Montaram acampamento à beira da BR-158, próximo a um córrego que chamaram de Rowatsétédzépa (córrego dos conflitos). Durante dez meses, houve guerra: pontes foram queimadas, tiros e ameaças de morte eram frequentes, emboscadas ocorriam sempre. Três crianças perderam a vida. Em agosto de 2004, por uma decisão do Supremo Tribunal Federal, os Xavante conseguiram ocupar 10% de seu território.

O governo federal só conseguiu efetivar a desintrusão total da área no final de 2012, debaixo de muitas ameaças, inclusive ao bispo Pedro Casaldáliga, aliado dos indígenas que, já octogenário e padecendo do mal de Parkinson, precisou se refugiar em Goiânia por um tempo, para escapar da morte por assassinato.

GOLPE E TENTATIVA DE REINVASÃO

 Desde o tempo do primeiro presidente da ditadura militar, general Humberto de Alencar Castello Branco, passando pelo oportunista Michel Temer, até chegar ao inominável que, desde janeiro de 2019, ocupa a presidência do Brasil, a luta do povo Xavante de Marãiwatsédé para viver em paz em seu território ancestral já dura mais de seis décadas.

Pouco depois do impeachment da presidenta Dilma, em 2016, o governo golpista de Michel Temer enfrentou sua primeira crise com o mundo indígena, com a tentativa de reinvasão da Terra Indígena Marãiwatsédé. Pressionados pelos ruralistas no território Xavante e no Congresso Nacional, que insiste na mudança das regras de demarcação das terras indígenas, os Xavante e os demais povos indígenas lutam agora contra a aprovação do Projeto de Lei 490, em tramitação no Congresso, que promete abrir a porteira dos territórios indígenas para o agronegócio.

Entre 2012 e 2013, produtores e políticos, retirados da Terra Indígena por forças federais, voltaram a se articular para invadir novamente uma área de aproximadamente 165 mil hectares, o que equivalente a 160 estádios de futebol, no coração da Terra Indígena Marãiwatsédé.

Em 2014, o governo Dilma decidiu reassentar as famílias retiradas da Terra Indígena em uma área rural em Alto Boa Vista por meio de um projeto chamado de Casulo. Com a queda da presidenta Dilma, o Incra investiu apenas R$ 310.400, e o projeto acabou sendo abandonado à própria sorte, sem água, sem luz, sem nenhum tipo de saneamento básico.

Ainda assim, mesmo sujeitos a seguidas invasões há mais de 60 anos, os Xavante de Marãiwatsédé continuam tentando manter o controle de seu território, uma das últimas fronteiras agrícolas do Mato Grosso.

Contra vento e maré, as lideranças locais enfrentam mais este tempo turbulento, com ausência de políticas públicas, de informações, com manipulações diversas, e ainda a total anuência do Estado brasileiro para todas as violações de direitos ocorridos entre os Xavante e entre todos os povos indígenas do Brasil.

MULHERES XAVANTE PI´Õ RÓMNHA/MA´UBUMRÕI`A

 Infelizmente, ao longo das décadas de luta pela retomada de seu território, a área foi sendo cada vez mais desmatada, até fazer de Marãiwatsédé (“mata densa” na língua Xavante do tronco linguístico Jê), a terra indígena mais desmatada do Brasil, com cerca de 80% de seu território totalmente degradado.

Para contrapor a esse jogo sujo de degradação e destruição, o grupo Pi’õ Rómnha/Ma’ubumrõi’wa – Mulheres Xavante Coletoras de Sementes da Terra Indígena Marãiwatsédé –, coleta e destina todas as sementes coletadas no Cerrado para a restauração das áreas internas e adjacentes à Terra Indígena Marãiwatsédé.

O grupo começou em 2011, quando coletores e coletoras da Associação Redes de Sementes do Xingu (ARSX), visitaram Marãiwatsédé para apresentar seu trabalho de plantar florestas e recuperar áreas degradadas entre assentados e indígenas nas bacias da região do Xingu.  Depois da visita as mulheres Xavante resolveram se organizar para coletar sementes e fazer o replantio em sua própria área indígena.

O trabalho começou timidamente, com a coleta de duas espécies de sementes por 18 anciãs. Hoje, as cerca de 90 mulheres e seus familiares que integram a ARSX compreendem que, além de ser uma alternativa socioeconômica (as mulheres são remuneradas pela coleta), o trabalho com as sementes é uma forma de se apropriar e proteger o território Marãiwatsédé, ameaçado por invasões e intensamente desmatado.

O próprio coletivo de coletoras da ARSX é quem precifica as sementes, em assembleias anuais da associação, que é também o momento em que cada coletora recebe pelas sementes que entregou. Para assegurar a dispersão natural de sementes no território indígena, cerca de 30% das sementes de cada matriz contidas na carga são mantidas na natureza, na própria área de onde as sementes são extraídas.

 “A Funai está errada, eles jogavam com a gente. O Ministério Público Federal (MPF) também está errado porque ele não nos ouviu, nós temos direito de dialogar e pensar alternativas para a nossa sobrevivência. Queremos, sim, reflorestar, mas quando chegamos aqui já havia muito pasto, e isso não foi nossa culpa”, destaca a liderança feminina Carolina Rewaptu, cacica da aldeia Madzabdzé, a aldeia mais distante do epicentro da Terra Indígena. 

 

 

Ana Paula Sabino – Jornalista. Membro do Conselho Editorial da Revista Xapuri.

 

 

Samuel Leão – Cineasta e Jornalista. Imagens: todas cedidas pelos autores da matéria.

 
 
Capa: Foto Divulgação Funai. Fotos internas enviadas com a matéria. Cacica Carolina: Mariana Leal/Instituto Vladimir Herzog. 

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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