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Balbúrdia: USP-São Carlos produz larvicida ecológica à base de açafrão que mata larva do Aedes aegypti

Balbúrdia: USP-São Carlos produz larvicida ecológica à base de açafrão que mata larva do Aedes aegypti

Substância não agride o e pode ser mais eficaz que larvicidas convencionais. Pesquisa foi financiada pelo Ministério da que estuda uso da sustância contra a dengue.

Por: G1 São Carlos e Araraquara – g1

Pesquisadores do Instituto de Física (IFSC) da de (USP) de São Carlos (SP) criaram um extrato a partir do açafrão da , também conhecido como cúrcuma, que mata a larva do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e outras .

A curcumina, que dá cor ao açafrão, foi sintetizada em um extrato bem concentrado que reage em contato com o sol.

“Após as larvas comerem a curcumina, em contato com o oxigênio presente no ambiente e uma iluminação, ocorre uma reação de dentro para fora, destruindo essas larvas”, explicou a pesquisadora do IFSC/USP Natália Inada.

Pesquisadores da USP de São Carlos conseguiram uma substância à base de açafrão que mata a larva do Aedes aegypti — Foto: Rodrigo Sargaço/EPTVPesquisadores da USP de São Carlos conseguiram uma substância à base de açafrão que mata a larva do Aedes aegypti — Foto: Rodrigo Sargaço/EPTV

Pesquisadores da USP de São Carlos conseguiram uma substância à base de açafrão que mata a larva do Aedes aegypti — Foto: Rodrigo Sargaço/EPTV

O extrato tem aplicação simples. É só misturar o pó com um pouco de água e aplicar nos locais que podem servir de criadouro do mosquito, como pratos de plantas e pneus. As larvas estarão mortas em, no máximo, 48 horas. Os testes foram feitos em quintais de seis casas de São Carlos por três meses.

Segundo os pesquisadores, a substância não agride o meio ambiente e pode ser mais eficaz que os larvicidas convencionais.

“Os inseticidas vão causar nas larvas. As que sobreviverem, podem se reproduzir, virar o mosquito. A curcumina pode ser eficaz para eliminar essas larvas de vetores”, afirmou a pesquisadora em biotecnologia Larissa Marila.

A pesquisa teve financiamento do Ministério da Saúde, que aguarda a sua finalização para avaliar a possibilidade de liberar a substância para o controle da dengue.

Os pesquisadores estão reunindo documentos pra encaminhar, ainda no primeiro semestre, para os órgãos competentes como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para a aprovação do uso da substância no sistema público de saúde.

“Nós estamos trabalhando em convênio com empresas para produzir essa substância em alta quantidade, porque os métodos tradicionais não estão sendo capazes de segurar essa grande avalanche de problemas que um mosquitinho está causando na brasileira”, afirmou o pesquisador do IFSC, Vanderlei Bagnato.

Larvas que entram em contato com extrato de açafrão da terra morrem entre 3 e 48 horas. — Foto: Rodrigo Sargaço/EPTVLarvas que entram em contato com extrato de açafrão da terra morrem entre 3 e 48 horas. — Foto: Rodrigo Sargaço/EPTV
 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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