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Beija-mão folclórico: Trump põe a coleira em Bolzonaro

Trump põe a coleira em Bolsonaro

Por Gilvandro Filho, do Jornalistas pela Democracia

A viagem do presidente Jair Bolsonaro aos , que começou ontem com um jantar folclórico e termina hoje com uma cerimônia de beija-mão do presidente Donald Trump, deixa patente algumas verdades sobre as quais já havia um comboio de indícios. Da condição de terreiro do país-irmão que o de Bolsonaro assume de maneira escancarada ao inacreditável périplo realizado ao prédio da CIA pelo presidente brasileiro, com alguns auxiliares e um dos “primeiros-filhos”, tudo foi muito elucidativo.

O que se vê não somente mata de vergonha pela breguice, como serve de alerta do que pode vir por aí. Porque, em termos de submissão, os caras estão dispostos a tudo.

No campo do inimaginável, a visita à CIA é um daqueles episódios que só a ausência total do senso de ridículo pode justificar. Fora de agenda? Não parece crível. Pelo que pensam Bolsonaro e seus filhos, uma esticada ao maior centro de disseminação do terrorismo de Estado do planeta não pode ser tachada propriamente de visita-surpresa, mas de aproveitamento de oportunidade. Iam perder essa?

O Brasil tem na presidência da República um agente de segurança. É disso que ele gosta e é disso que ele vive. É natural que ele corra para a Central de Inteligência dos EUA com o mesmo frenesi com que alguém que adora corra para o Louvre. Ou um como estrangeiro amante de futebol, que vem ao Brasil e sai voando para o Maracanã. Ou um católico que vai à Itália e, antes de comer a primeira pizza, já está visitando o Vaticano. Cada qual com o seu cada qual. O de Bolsonaro é esse.

O anúncio da liberação do visto de entrada no Brasil para os americanos e, de lambuja, para japoneses, canadenses e australianos, é outro episódio, digamos, peculiar em sabujice. Retrata uma externa tonta feito uma barata idem. Calcada pura e simplesmente na “desesquerdização” do Itamarati, tendo à frente o “olavete” (by Olavo de Carvalho) Ernesto Araújo, essa política (se pode ser assim chamada) tem por base a coadjuvação em relação aos Estados Unidos e a Israel. O que vale, claro, ser contra qualquer inimigo dos americanos, como é o caso da Venezuela.

A liberação do visto, concretizada por um decreto assinado de imediato por Bolsonaro, joga no ralo o princípio da reciprocidade, elemento basilar de qualquer política externa. Serviu de pano de fundo para os Estados unidos esclarecerem que, do lado de lá, os brasileiros continuarão não apenas tendo de apresentar visto, como, a depender da paranoia do dia, terem até que tirar sapatos para passar na alfândega. Resta saber como é que se diz “comigo não, violão” em inglês.

A parte burlesca da viagem foi o rega-bofe oferecido a Steve Bannon, o sujeito que tornou exemplo cívico a propaganda suja e criminosa para derrotar inimigos eleitorais. Apesar de Bannon, a estrela da noite foi o “filósofo” Olavo de Carvalho que recebeu loas de todos os setores do bolsonarismo. Todo mundo fez questão agradar ao “guru” do governo, do ministro da Justiça, o juiz de primeira instância , ao general Augusto Heleno, tido como detentor da mais alta patente política entre os militares que pululam o primeiro escalão.

É que Olavo De Carvalho tem criticado bastante setores do governo, sobretudo o vice general Hamilton Mourão que, a julgar pela idolatria geral para com o “guru”, está com o prestígio em baixa no governo. Tão em baixa que, embora seja ele o presidente em exercício, Bolsonaro deixou em o filho vereador pelo RJ, Carlos (o “Carlucho”, cuidando da agenda política. Pense numa confiança…

Entrega da base aérea de Alcântara, no , foi outro item lamentável desse cardápio indigesto que marcou a primeira viagem do governo brasileiro à matriz norte-americana. Um sonho de consumo político e militar que os Estados Unidos tentaram tornar realidade, em vão, durante décadas. Não conseguiram graças ao juízo dos governos anteriores. Até que chegou ao poder um grupo que tem por princípio o ato de se desfazer de qualquer patrimônio nacional. No caso de Alcântara, de soberania e mínima independência.

Hoje tem o encontro de Bolsonaro com o patrão. E esta será uma viagem que ficará na como marco servil, quando o país de Bolsonaro consolidou sua condição de vira-lata do país de Trump.

Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/387322/Trump-p%C3%B5e-a-coleira-em-Bolsonaro-aponta-Aroeira

Lampi%C3%A3o amando

 

ANOTE: 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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