Belém é confirmada como sede da Conferência do Clima em 2025, diz Lula

Belém é confirmada como sede da Conferência do em 2025, diz

Anúncio foi feito em vídeo pelo presidente e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Decisão foi tomada pela ONU no dia 18 de maio, diz governo.

Por Cristiane Prizibisczki/O Eco

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, no início da tarde desta sexta-feira (26), que a cidade de Belém (PA) foi confirmada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como sede da Conferência do Clima de 2025, a COP-30.

O anúncio foi feito pela conta do Twitter do presidente, em vídeo gravado na companhia do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e do governador do Pará, Helder Barbalho.

“Tenho uma notícia extraordinária para o do do Pará, para a cidade de Belém e para o ”, disse o presidente.

Em seguida, o ministro Mauro Vieira informa que a decisão foi tomada pela ONU na última semana.

“Eu queria confirmar que as Nações Unidas aprovaram, no último dia 18 de maio, a realização da Conferência das Partes, da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança de Clima, na cidade de Belém do Pará, em novembro de 2025. Será a COP-30, proposta do , ainda como presidente eleito, em novembro do ano passado, na última reunião da COP, no Egito, na cidade de Sharm el Sheik”, disse. 

Vieira ainda destacou o fato de que esta será a primeira vez que o Brasil sedia uma Conferência do Clima. “Essa é uma grande notícia. Será a primeira vez que teremos uma reunião dessa magnitude sobre mudança de clima, e na cidade de Belém”, disse o ministro, em referência à campanha iniciada por Lula para que a COP fosse feita em algum estado da . Inicialmente, (AM) também estava na disputa.

Segundo o governador Helder Barbalho, a cidade de Belém está preparada para sediar o encontro. “Aumenta a nossa responsabilidade de mostrar que o Brasil está preparado, e acima de tudo a responsabilidade da agenda ambiental, conciliando os amazônidas de nossa região, e claro, o respeito ao ”.

O local sede das Conferências do Clima alterna entre as cinco regiões reconhecidas pela ONU: , Ásia, América Latina e Caribe, Europa Central e Oriental, e Europa Ocidental e outros. 

Em 2025, será a vez da região “América Latina e Caribe” sediar o evento. Cada país dessas regiões pode lançar sua candidatura, mas a decisão final cabe a todos os países-membros da ONU. 

Cristiane Prizibisczki – Jornalista. Fonte: O Eco. Foto: Presidente Lula, ministro Mauro Vieira e governador do Pará, Helder Barbalho -Agência Pará. Este artigo não representa a opinião da Revista e é de responsabilidade do autor.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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