Capitão Bozo-Xauara corta recursos da agricultura familiar

Capitão Bozo-Xauara corta recursos da familiar

estimam demanda de R$ 800 milhões para , além de outros R$ 6 bilhões que não foram liberados para a safra 2018/2019.

Por Rodrigo Gomes/Unisinos

O BNDES suspendeu novamente o repasse de verbas para investimentos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) estima em R$ 800 milhões o montante que deixará de ser repassado aos trabalhadores, sendo que projetos da ordem de R$ 350 milhões já haviam sido apresentados, apenas no Banco do , que representa metade desse tipo de financiamento. Além disso, o governo de Jair Bolsonaro (PSL) deixou de repassar ao menos R$ 6 bilhões dos R$ 30 bilhões anunciados para a safra 2018/2019 da agricultura familiar.

O financiamento já havia sido suspenso em 8 de março. Após negociações, os valores tinham sido autorizados em 29 de abril, mas foram novamente suspensos no dia seguinte. “Estimamos em R$ 800 milhões a demanda de projetos para investimento. É verba para compra de tratores e equipamentos, para construir espaços para , para acondicionar e transportar a produção. É o que permite aos trabalhadores melhorarem a produção no ano seguinte. Só de projetos já apresentados precisamos de R$ 350 milhões, isso só no Banco do Brasil, porque ainda não levantamos todos os bancos”, explicou o secretário de  Agrícola da Contag, Antoninho Rovaris.

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De acordo com a Circular SUP/Adig 14/2019, do BNDES, todo o recurso disponível para investimentos no Ano Agrícola 2018/2019 foi consumido. O documento informa que o banco está negociando com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento alternativas para remanejamento de recursos pelo Tesouro Nacionalpara a linha de crédito do Pronaf Investimento. “Nós vamos oficiar ainda hoje os ministérios da Agricultura, da e o Banco Central para conseguir uma solução rápida para os projetos parados”, ressaltou Rovaris.

O secretário da Contag explicou que a safra atual não será afetada pela suspensão do financiamento, já que todas as ações necessárias já foram realizadas, apesar de o governo Bolsonaro ter repassado somente R$ 24 bilhões dos R$ 30 bilhões orçados para a agricultura familiar na safra 2018/2019. “Mas isso vai atrasar os projetos de melhoria e os avanços na agricultura familiar que poderiam melhorar e aumentar a produção para a próxima safra”, salientou. Ainda segundo Rovaris, não há definição sobre o programa para o próximo período, apenas algumas falas da ministra da Agricultura, Tereza Cristina. “Ainda é uma incógnita”, concluiu.

Fonte: Unisinos. Reportagem publicada em 03-05-2019.

Xauara: Conceito do para “quem tem o pensamento adoecido.”

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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