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Cachorro-do-mato

CACHORRO-DO-MATO

Cachorro-do-mato: Dispersador de sementes nativas

Os cachorros-do-mato (Cerdocyon thous L.), também chamados de raposas, são mamíferos da família Canidae com ampla distribuição na América do Sul. Essa espécie encontra-se em todos os do , com exceção de grande parte da , pois sua preferência é por ambientes mais abertos e matas pouco densas. Alimentam-se de frutos, insetos, crustáceos, pequenos mamíferos, aves, répteis e anfíbios …

Por Eduardo Henrique/ 

Na , assim como em outros biomas, os cachorros-do-mato exercem a nobre função de dispersar sementes de , contribuindo, assim, para manutenção da flora nativa e recuperação de áreas degradadas.

Por outro lado, existe o grande impasse na relação do cachorro-do-mato com o ser humano. Devido ao hábito alimentar diversificado e à destruição do seu ambiente natural, torna-se comum a predação de pequenos animais domésticos, motivo pelo qual esses canídeos são caçados a tiros, venenos, armadilhas ou com cães.

Além disso, pesquisas apontam que essa espécie lidera a lista de mortos por atropelamento. Portanto, apesar de não estar presente na lista de animais com risco iminente de , é fundamental implementar ações que visem à conservação desta espécie.

Por exemplo, conscientizar e treinar produtores rurais para a construção de apriscos que mantenham os pequenos animais domésticos protegidos até atingirem tamanho seguro, pois, os ataques são comuns aos filhotes de caprinos e ovinos. No caso de aves, um galinheiro com tela é suficiente. Assim, evita-se o conflito entre os produtores e as raposas.

Cachorro-do-mato

Essa descrição do cachorro do mato (ou raposa) foi preparada por nosso parceiro Eduardo Henrique de Sá, administrador da página Viva Caatinga no Facebook. Eduardo Henrique é de , no estado nordestino de Pernambuco. Eduardo Henrique é fotógrafo da .  Seu olhar atento e sensível possibilita à Xapuri compartilhar lindas fotos e conteúdo relevante sobre a fauna e a flora da Caatinga e do Nordeste. Gratidão!

CACHORRO-DO-MATO
Cachorro-do-mato do Pantanal – Foto: Pro-Carnívoros

 

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

revista 119

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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