Cambuci

“O Cambuci volta ao bairro!”

“O Cambuci volta ao bairro!” Esse é o tema da campanha de crowdfunding (arrecadação coletiva) que a Rota do Cambuci e o Instituto Auá lançam hoje, e que vai até o próximo dia 20 de março, para financiar um evento especial no calendário paulista: a realização do IX Festival Gastronômico do Cambuci em São Paulo.

O festival tem por objetivos: resgatar a viva em torno desse fruto que é símbolo da ; trazer manifestações artísticas únicas;  e, incentivar o cultivo da fruta no bairro que empresta seu nome ao fruto.  Além da arrecadação financeira, a campanha quer movimentar os paulistas para uma releitura de sua  , trazendo público e envolvimento com o festival em prol da preservação do Cambuci.

O Festival  acontecerá nos dias 25 e 26 de março, no Largo do Cambuci, com uma programação diferenciada: encontro com os guardiões do fruto, que levam histórias e saberes sobre a cultura da Serra do Mar Paulista, rodas de conversa, oficinas e plantios de mudas, apresentação de chorinho e atrações culturais artísticas e típicas. Tudo para reforçar a própria brasileira, ​reativando memórias e apontando caminhos para um mais sustentável.

Rota do Cambuci é hoje um amplo coletivo de parceiros locais, prefeituras, ONGs, produtores rurais, pesquisadores e comerciantes, gerida pelo Instituto Auá de Empreendedorismo Socioambiental, que propõe uma aliança em torno do fruto, para um novo desenvolvimento ao longo dos 78 municípios do Cinturão Verde de , com geração de para os produtores e preservação da Mata Atlântica.

O fortalecimento do movimento da Rota do Cambuci depende de todos e a campanha é uma forma de trazer cidadãos e empresas para apoiarem e fazerem parte dessa história, lembrando que também ganharão recompensas diferenciadas, inspiradas nas ricas tradições do fruto.

Participe! Doe, divulgue e conheça as recompensas: www.kickante.com.br/rotadocambuci

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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