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CasaPark realiza última palestra do ciclo de sustentabilidade lucrativa

CasaPark reuniu profissionais renomados em última palestra do ciclo de sustentabilidade lucrativa

Na última quinta-feira, dia 7 de dezembro, o CasaPark recebeu o último evento do ciclo de palestras sobre lucrativa, que ao longo do ano promoveu diversos workshops com propostas sustentáveis. Idealizado pela ONG WWF-Brasil, Sebrae-DF, CasaPark e Spirale Arquitetura, os eventos ressaltaram a importância de projetos que respeitem o .

S%C3%A1vio Bonfim Juliana Garrocho Ana Belizare Catharina Macedo Ricardo Russo Daniel Salvatore e Gustavo Utrabo foto Divulga%C3%A7%C3%A3o

 

Com o tema design e sustentabilidade para a área da construção, o último encontro reuniu representantes da ITA Construtora,  Amata, Triptyque e Alephzero que relataram suas experiências com madeira legal e responderam as dúvidas do público, em sua maioria formado por estudantes e profissionais das áreas de arquitetura, design, construção civil e paisagismo.

projetoTriptyque

 

Um dos tópicos da conversa foi o ‘Arranha-céu de Madeira’, projeto de uso misto, construído totalmente em madeira certificada. A proposta apresenta soluções inovadoras não apenas em função do material empregado como também por sua agilidade e durabilidade. O edifício é iniciativa da Amata e prevê a construção de uma torre escalonada de 13 pavimentos, que totaliza 4.700 m² de área construída, contando com espaços de coworking, coliving e restaurantes.

Projeto Rosenbaum e Aleph Zero Foto Leonardo Finotti

O ‘Moradias Estudantis’ em do Araguaia – TO também foi tema do bate papo. Assinado pela ITA Construtora e Alephzero, o projeto trata-se de uma unidade de ensino rural, localizada em região de quente (seco no verão e úmido no inverno) onde coexistem três , Pantanal e – e historicamente marcada por conflitos de , entre índios, pecuaristas, agricultores, posseiros e, mais , exploradores de madeira nativa. Os alunos provêm de famílias com baixíssimo poder aquisitivo, muitos deles com a vivência anterior de casas desprovidas de instalações corriqueiras. Os mil metros cúbicos de madeira laminada colada, utilizados na obra das Moradias Estudantis de Tocantins, correspondem a cerca de cinco vezes a média de produção mensal da ITA Construtora.

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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