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Cazuzando: 30 curiosidades sobre Cazuza

Cazuzando: 30 curiosidades sobre Cazuza que você provavelmente não sabia

Nos mês em que Cazuza partiu deste mundo, em 07 de julho de 1990, emprestamos de  do site NotaTerapia, essas curiosidades sobre a vida do nosso poeta rebelde, como expressão da nossa saudade e da nossa homenagem:

 Cazuza, que nos deixou após lutar contra a AIDS, marcou a história da música e de todo o país com suas letras incríveis, seu sorriso e seu espírito alegre, sempre em busca das potências da vida.
Para homenagear o sempre querido Cazuza, listamos aqui algumas curiosidades sobre ele, que retiramos do site Cazuzando. Confira:

1- Físico

Cazuza media 1,76 de altura e pesava em torno de 68 quilos (antes de adoecer). O número de seu sapato era 42 (nós vimos um tênis na SVC).

2- Comida

Pelo que dizem pessoas que o conheceram, Caju era bom de garfo, comia bem. Gostava de muitas coisas diferentes. É difícil dizer qual era seu prato favorito, mas ele adorava camarão. Bobó de camarão, risoto de camarão, e até camarão com chuchu (que segundo Bebel Gilberto – que contou isso numa entrevista – era uma de suas paixões)! Ele gostava muito de comida baiana.

3- Álcool

Quanto à bebida, no que diz respeito às alcoólicas, ele bebia de tudo. Mas o uísque era indispensável pra ele. Ele costumava carregar uma garrafa de uísque dentro da mochila, para onde quer que fosse. Quando não queria ficar “doido”, colocava água no uísque e bebia aos poucos. Costuma acabar com uma garrafa inteira, ao longo do dia! Nos bares, porém, ele detonava todas, e ficava “doido”, pois ali tudo era permitido. Cazuza não dispensava uma boa roda de cerveja ou chope com amigos (e também bebia cerveja em casa, sozinho). Vinho, conhaque, champanhe, tequila e até cachaça… Cazuza não dispensava uma birita.

4- Esportes

Cazuza era poeta, intelectual e não se ligava em esportes. O pai, que sempre gostou de jogar vôlei e futebol, bem que tentou, em vão, fazer o filho se interessar por essas suas paixões. Essa não era a de Cazuza. Mas, como todo (ou quase todo) brasileiro que se preze, Caju torcia por um time: o Flamengo.


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5- Fotografia

Cazuza estudou fotografia nos EUA. Ele gostava bastante de fotografar e de ser fotografado, posar para fotos. Ele tinha preferência por fotos em preto-e-branco.

6- Casa em Petrópolis

Quando ia para a casa de seus pais em Petrópolis, Cazuza se recusava a ficar na casa de fora, construída especialmente para ele receber seus amigos e fazer suas farras. Ele gostava mesmo era de ficar na casa principal, onde adorava vestir as roupas de seu pai. Ele, na adolescência também tinha mania de usar a aliança de seu pai, que acabou toda amassada, em um acidente de carro sofrido por Cazuza e seus amigos.

7- Cachorros

Cazuza gostava de cachorros e costumava dar nome de gente aos seus cães, como Wanderley, um belo vira-lata que acompanhou Cazuza por muitos anos. O nome dele foi uma brincadeira com o cantor Wanderley Cardoso, por causa dos olhos do cachorro serem verdes como os do cantor. Depois que Cazuza se foi, Wanderley foi morar com uma empregada que tinha casa com quintal. No último ano de vida de Cazuza ele teve também o Mané, um cachorro marrom.

8- Medo de avião

Cazuza tinha medo de viajar de avião, principalmente sozinho. Mas ele viajava assim mesmo, afinal, às vezes não tinha outro jeito… Acabou se acostumando.

9- Barão Vermelho

Quando o Barão Vermelho foi formado, e eles começaram a fazer shows por várias cidades, o baixista Dé era menor de idade e Cazuza ficou sendo seu tutor. Caju era o mais velho do grupo e toda vez que eles iam viajar, tinha que assinar um documento se responsabilizando pelo Dé.

10- Apelido

Todo mundo sabe que o Cazuza era chamado de Caju pelos amigos. Mas ele também teve um “complemento” nesse apelido: Caju Escalibur.

11- Hábitos

Cazuza tinha alguns hábitos interessantes: costumava roer unhas e torcer seus cachinhos (ele até cita isso na música “Por aí”). Ele, quando recebia amigos de outras cidades, adorava levá-los para conhecer a “cidade maravilhosa”. Caju era bastante distraído e quando pegava alguma coisa, tipo uma roupa, emprestada com um amigo, não devolvia mais!

12- Escola

O jornalista e apresentador Pedro Bial estudou com Cazuza na infância e na adolescência. Juntos entrevistaram Vinicius de Moraes para o colégio em que estudavam, o “Santo Inácio”, e se encantaram por aquela bebida que ele tomava (uísque). Assim , eles acabaram bebendo uísque junto com Vinícius. Quando já eram crescidos, Caju e Bial fizeram muitas farras juntos.

13- Cabelo

Quando Cazuza era adolescente, seus cabelos, que eram lisos na infância, ficaram encaracolados. Mas na época, não se usava cabelos cacheados, então Caju e um primo dele, foram levados por suas mães ao cabeleireiro para alisar o cabelo. Só que ficou horrível. Assim, Caju não deixou mais alisarem seus cachinhos.

14- Composições

Cazuza costumava escrever suas letras a qualquer hora. Compunha até de madrugada. Mas observamos que o horário em que ele mais gostava de compor era à tarde, após o almoço. Bebél Gilberto diz que o Caju encarava a casa de Petrópolis (Chamada de “Fazenda Inglesa”) como um local de trabalho. De manhã ele se divertia na piscina (chegava até a beber um pouquinho). Depois, almoçava bem, e então, à tarde, se recolhia para trabalhar. Dé conta que um dia chegou à casa de Cazuza, em Ipanema, no Rio, às 3 horas da tarde e ele estava escrevendo (e bebendo cerveja).

15- Paixão por carros

Desde criança, Cazuza era apaixonado por carros, e não demorou a trocar os de brinquedo pelo de verdade, de seu pai. Aos 12 anos já dirigia e aos 13 tinha a chave do carro! Sempre que algum parente comprava um carro novo, era obrigatório levar Cazuza para ver e dar uma volta. Cazuza gostava muito de velocidade e metia medo em quem não estava acostumado a andar com ele, de carro. Um amigo do Circo Voador (Waldir Leite) comentou que certa vez, Cazuza ofereceu carona a ele. Mas Cazuza já tinha bebido bastante (eles – toda a turma – iam sempre tomar chope depois dos ensaios das peças), e correu tanto e avançou tantos sinais fechados, que quando parou em frente da casa do cara, este jurou que nunca mais aceitaria uma carona do Caju! Já Bebél Gilberto, não se importava muito com isso. Estava acostumada e confiava no Caju. “Ele era muito bom ao volante”, contou Bebél, numa entrevista.

16- Propostas de gravadoras

Ao deixar a Som Livre em 86, Cazuza recebeu propostas de muitas gravadoras. Uma delas (Warner) queria que ele trabalhasse direcionado para o público gay e ele não aceitou. Outras fizeram boas propostas, mas a Polygram foi a escolhida porque, entre outras vantagens, ofereceu férias pagas para os músicos que tocavam com Cazuza.

17- Gosto musical

Cazuza gostava de muita coisa em termos de música. Da música pop americana dos anos 80, ele gostava do Prince (parece que chegou a conhecer Prince no Brasil), mas dispensava Madonna. Cazuza dizia que a Madonna era um “menudo”, que dali a poucos anos ninguém mais lembraria de que era ela. Ele teria acertado, se não fossem tantos discos polêmicos, tantos escândalos premeditados e tanta apelação por parte dela pra permanecer sempre na mídia!

18- Música para Jimi Hendrix

A música “Certo dia na cidade”, do primeiro CD do Barão Vermelho, que tem uma letra em que o Caju parecia prever seu próprio futuro, na verdade foi feita para Jimi Hendrix.

19- AIDS

No começo de 89, após assumir a AIDS, Cazuza estava num programa de TV em que a atriz Vera Fisher também estava presente. Ela lascou um beijo na boca do Caju e depois fez um comentário dizendo que não se pega AIDS com beijo.

20- Brigas com Frejat

Cazuza e Frejat estiveram de relações cortadas por duas vezes num mesmo ano. A primeira vez foi após a turnê pelo sul do Brasil, realizada pelo Barão Vermelho na primeira metade de 85. Após uma briga em que os dois quase se pegaram de porrada no palco, eles fizeram o restante da turnê sem se falar. De volta ao Rio continuaram brigados. Até que, no dia da festa de aniversário de Frejat, em maio, Ezequiel Neves perguntou se podia levar Cazuza. Frejat consentiu e Cazuza, que já havia bebido bastante, entrou deslizando de joelhos e abraçou as pernas do pai de Frejat dizendo: “Frejatzão, meu sogro!”. Eles se entenderam e tiveram uma conversa séria em que Cazuza se disse disposto a permanecer no Barão e se adequar à democracia da banda. E ele permaneceu no grupo até julho, ensaiando, fazendo shows, programas de TV … Mas decidiu sair às vesperas da gravação do quarto LP da banda (após ganharem o disco de ouro no programa do Chacrinha). Comunicou isso numa reunião e as músicas do novo disco foram dividas ao meio (entre Cazuza e Barão). Foi aí que Caju ficou seis meses sem falar com Frejat. De um lado, o guitarrista estava magoado pela saída repentina do Caju da banda. De outro lado, Caju estava magoado porque nenhum dos integrantes do Barão foram visitá-lo no hospital quando ele esteve internado com infecção bacteriana. Eles só fizeram as pazes ao se encontrarem nos bastidores do “Globo de Ouro”, em que tanto Cazuza como o Barão iam se apresentar. Caju e Frejat se abraçaram forte e não pediram satisfações um ao outro. Retomaram a amizade (assimo como com os outros barões) e a parceria.

21- Xuxa

Certa vez, Cazuza e Ezequiel Neves receberam uma “encomenda” da Xuxa, que queria que eles fizessem uma música para ela. Mas o Caju não estava a fim de escrever uma música infantil e disse isso ao Zeca. Este insistiu e disse ao Caju que eles teriam que aceitar essa “encomenda” de qualquer jeito porque era a chance dele (Zeca) comprar seu apartamento. Cazuza então disse que se era um apartamento que ele queria, teria! Foi assim que Cazuza deu de presente ao Zeca o primeiro apartamento que havia comprado com seu próprio dinheiro. E eles não fizeram a música para a Xuxa.

22- Amor por cinema

Cazuza adorava cinema, filmes. Ele tinha hábito de ir ao cinema, muitas vezes sozinho, à tarde. E ficava emocionado com as cenas (“No escuro eu choro e adoro a cena” – “Completamente Blue”). E também via muitos filmes em casa, a ponto de não ter mais um filme na locadora para alugar (porque ele já tinha visto todos!).

23- Assédio de fãs

Era normal o assédio das tietes em cima de Cazuza. Isso começou por volta de 83 e virou loucura em 84, quando Cazuza foi eleito “muso” daquele verão. Daí pra frente, ele passou a conviver com isso. As fãs mais histéricas o agarrava, rasgavam suas roupas… Certa vez, na saída do programa do Sílvio Santos, em São Paulo, Cazuza ia entrar num ônibus quando foi agarrado pelas tietes, que queriam rasgar as roupas dele. Irreverente e já sabendo o resultado do assédio (acabaria irremediavelmente nu), Cazuza parou, tirou toda a roupa, entregou-a para as fãs e entrou no ônibus do jeito que veio ao mundo!

24- Uma pessoa carinhosa

Cazuza era uma pessoa muito carinhosa, e amiga. Muita gente teve a oportunidade de ver isso de perto. Recentemente, a apresentadora Leda Nagle, disse, em seu programa, à Lucinha Araújo, que chegou a receber conselhos de Cazuza. Ele a aconselhou a não ter um filho só (ela lamenta não ter seguido este conselho!).

26- No dia de sua morte

No dia em que Cazuza morreu, dia 7 de julho de 1990, aconteceram alguns fatos interessantes: Num show do Legião Urbana, ao qual Caju queria assistir, Renato Russo, já sabendo do falecimento do amigo, dedicou o show a ele. Rita Lee, nesse mesmo dia, gravou a sua versão da música “Perto do Fogo” (letra que Cazuza fez inspirado nos cabelos vermelhos dela, e música feita por ela própria), sem saber que o POETA já não estava entre nós. Quando ela soube, já tinha a gravado.

27- Estilo e roupas

Um amigo de Cazuza nos contou que houve uma época em que ele quis andar mais bem arrumado (realmente em alguns programas de TV de 87 ele aparecia muito bem vestido, quase sempre de branco e deixando o jeans um pouco de lado). Mas acabou voltando a preferir a sua “combinação” mais habitual: calça jeans/camiseta/tênis/bandana. Segundo essa fonte, Cazuza voltou de Boston, em dezembro de 87 muito diferente fisicamente e também em termos de atitude, mais maduro.

29- Gravações na cadeira de rodas

Quando entrou nos estúdios para gravar o disco duplo “Burguesia”, em abril de 89, Cazuza ainda andava. Mas logo foi ficando fraco e teve que usar a cadeira de rodas. Gravava sentado ou deitado, às vezes com febre alta. O tecladista João Rebolsas foi o único músico que agüentou a barra até o final, no estúdio junto com Caju.

30- Primeira música gravada

Ney Matogrosso foi o primeiro cantor a gravar num disco uma música composta por Cazuza (“Pro dia nascer feliz”, no disco “Pois é” de 83).
Fonte: Cazuzando 


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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

 


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