Procura
Fechar esta caixa de pesquisa.

Ceará: Morador encontra urna funerária indígena no fundo do quintal de sua casa

Ceará: Morador encontra urna funerária indígena no fundo do quintal de sua casa

A urna funerária foi encontrada no bairro Garrote, em Caucaia. Em seu interior foram achados restos mortais como dentes e fragmentos de ossos

Por: Tribuna do Ceará 

No fundo do quintal, muita . O cearense Francisco Antônio e seu pai, Antonio Rodrigues, estavam no quintal de casa, no bairro Garrote, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, nos preparativos para o aniversário de uma prima, no dia 20 de setembro, quando encontraram uma urna funerária .
. Eles localizaram o objeto quando estavam improvisando um poste de luz no fundo de casa. “Íamos colocar um cano e vimos o objeto. A gente notou como se fosse um vaso, uma cerâmica, mas a gente não olhou porque já estava quase no horário da festa”. “O objeto era de cerâmica, parecia um vaso”, relembra.

Uma semana após a descoberta os dois decidiram escavar o material para descobrir o que era. “A gente começou a cavar e percebeu que era um objeto grande com um diâmetro de 80 cm”. Francisco já tinha tido contato com uma urna funerária antes em museu, e, ao avistar, logo percebeu o que era.

Então, decidiram entrar em contato com alguns colegas para ir em busca de algum arqueólogo e ter a confirmação que era um objeto de índios do passado. “Foi confirmado que era uma urna funerária indígena“. O Instituto Cobra Azul foi até a localidade. Eles encontraram alguns restos mortais no interior do objeto. “Fragmentos de ossos e pedaços de dentes”.

Morando há 5 quilômetros de uma reserva indígena, provavelmente o objeto pode ser proveniente da tribo indígena Anacés, apesar do pouco que estão no local. “Eles eram do Pecém e foram para lá por causa da desapropriação da siderúrgica”. Segundo Francisco, nas proximidades de sua residência não é área demarcada e não havia nenhum registro de área indígena.

Os objetos ainda estão na casa de Francisco. “Só quem pode fazer a analise é o Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan). Ele foi comunicado, mas ainda não foi buscar o material”. Os índios Anacés fazem parte da primeira reserva indígena do Ceará. Eles foram realocados para Caucaia, após obras no Complexo Industrial do Pecém.

ANOTE AÍ:

Fonte: http://tribunadoceara.uol.com.br/noticias/ceara/cearense-encontra-urna-funeraria-indigena-no-quintal-de-casa-em-caucaia/

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

PARCERIAS

CONTATO

logo xapuri

posts relacionados

REVISTA