Chocolate sem culpa. Mas precisa ser do tipo certo!

Chocolate sem culpa. Mas precisa ser do tipo certo!

Boas notícias para quem não resiste ao chocolate: ninguém precisa mais sentir culpa! Três estudos recentes mostram que, em doses moderadas, o consumo dessa gostosura faz bem ao cérebro, ao sistema imunológico e à visão.

Em um desses estudos, os participantes consumiram uma barra de chocolate escuro e, subsequentemente, foram estudadas suas ondas cerebrais. O resultado? Trinta minutos após terem ingerido o chocolate, foi observado um aumento de raios gama em seus cérebros.

“A frequência gama é associada com neuroplasticidade, o maior nível de processamento cognitivo que há”, afirmou Dr. Lee Berk, da de Loma Linda, na Califórnia, responsável pelo . Segundo ele, a neuroplasticidade possibilita conexões eficientes entre pensamentos e ideias.

Em estudo complementar, o Dr. Berk observou que em exames de sangue dos participantes havia um aumento de células T, responsáveis pelo combate a infeções. Entretanto, é importante lembrar que achados são preliminares e ainda não foram analisados por outros pesquisadores.

Em outro estudo, publicado na revista Jama Ophthalmology, da Associação Estadunidense de Medicina, foram encontrados mais resultados surpreendentes apontando os benefícios do chocolate.

Nesse caso, foi verificado que, após ter comido chocolate, um grupo de participantes teve melhorias na sua visão. O cacau, principal ingrediente do chocolate escuro (ou amargo), é conhecido como um alimento que altera positivamente a pressão arterial e a função de hemácias, e os pesquisadores acreditam que tais propriedades possibilitam a entrada de mais sangue no olho, melhorando a visão.

Essas e outras pesquisas vêm para redimir ao menos parte da culpa de quem passou anos – e às vezes décadas – sentindo culpa após não resistir à tentação de saborear essa delícia.

Por fim, fica o alerta: para produzir esses e outros benefícios para a , o chocolate precisa ter uma concentração mínima de 70% cacau, segundo os pesquisadores.

 

Eduardo Pereira
Sociólogo

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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