Chuvas, enchentes e suas consequências
Desde o final de 2021 estados brasileiros têm passado por chuvas intensas
Por Eliane Silva de Paula
Desde o final de 2021 estados brasileiros têm passado por chuvas intensas.
Chuvas, enchentes e suas consequências
Ainda no mês de dezembro chuvas acima da média e enchentes atingiram o estado da Bahia. No dia 29 daquele mês o estado noticiava sobre milhares de pessoas desabrigadas, mais de uma dezena de mortos e centenas de feridos, segundo informações da Agência Brasil. Em 11 de janeiro deste ano, a Defesa Civil da Bahia atualizava os números: 183 municípios e 856.820 pessoas afetadas, 27.113 desabrigados, 60.437 desalojados, 2 desaparecidos, 26 mortos e 521 feridos.
E as águas não pararam seu curso. Nos primeiros meses de 2022 outros estados registraram danos causados pelas águas. Em 15 de fevereiro a Defesa Civil de Minas Gerais informava que 422 cidades estavam em situação de emergência. Em Petrópolis, até 02 de março, as chuvas fortes e deslizamentos contabilizaram 232 mortes e 1.117 desabrigados, segundo informações da Agência Brasil.
As tragédias se refletiram nas atividades parlamentares. A Agência Senado noticiou que as enchentes com vítimas e desabrigados “motivaram alguns do primeiros projetos de lei apresentados por senadores em 2022”, além disso, informou sobre a apresentação das Medidas Provisórias MP 1.097/2022 cujo objetivo é disponibilizar crédito em favor do Ministério da Infraestrutura para reconstrução de rodovias danificadas pelas chuvas, e a MP 1.096/2022, que abre crédito extraordinário em favor do Ministério do Desenvolvimento Regional, para ações de auxílio à população e “restabelecimento de serviços essenciais nos Estados da Federação que decretaram situação de emergência e/ou estado de calamidade pública”— ambas em tramitação no Congresso.
Na internet opiniões sobre eventos intensos mencionam tanto o processo de aquecimento global e mudanças climáticas, como as que apontam a necessidade de gestão do espaço urbano para resolver o problema das habitações em áreas de risco, pois eventos climáticos intensos quase sempre deixam vítimas e desabrigados.
Entretanto, o fenômeno não parece estar ocorrendo apenas no Brasil. Em 2021, segundo semestre, chuvas e enchentes deixaram vítimas em países da Europa Ocidental, com destaque para Alemanha, Bélgica e Holanda. Segundo informações da Agência Brasil, na Alemanha foram registradas mortes de mais de uma centena de pessoas, além de prejuízos e danos em extensas áreas da região oeste daquele país.
No site da ONU, agosto de 2021, há notícia sobre o relatório de mudanças climáticas que aponta que o aquecimento global nas cidades podem piorar fenômenos como calor, chuvas e inundações, bem como sobre a necessidade de ações humanas para desacelerar o processo de aquecimento e a redução nas emissões de CO2 e gases de efeito estufa.
Apesar das discussões sobre possíveis causas, cabe lembrar das consequências humanas neste processo, pois chuvas, deslizamentos e inundações quase sempre trazem à tona a urgência da resolução de problemas como habitações em áreas de risco, moradias precárias, ou populações sem moradia.
Tais situações, que surgem após eventos climáticos intensos, na maioria das vezes atingem de modo mais penoso o segmento de menor renda, uma parcela da população que não tem suficientes condições materiais antes destas ocorrências e terá mais dificuldades em superá-las sem auxílio do poder público e da solidariedade.
Eliane Silva de Paula – Estudante de Comunicação Social na Universidade de Brasília. Estagiária da Revista Xapuri. Capa: Chuvas na Bahia – Foto: Divulgação/SSP.