Claudia Goldin ganha Nobel de Economia por estudos sobre disparidade salarial

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Claudia Goldin, que se tornou a primeira titular do Departamento de Economia de Harvard em 1990, é conhecida por seu influente de 1990, “Understanding the Gender Gap”.

Por Redação/ Ella

A historiadora econômica norte-americana, Claudia Goldin, foi agraciada com o Prêmio Nobel de Economia de 2023 pela Academia Real de Ciências da Suécia. Seu trabalho inovador sobre a salarial entre homens e mulheres ao longo dos séculos recebeu o reconhecimento máximo no campo da economia. Claudia Goldin é apenas a terceira mulher a receber esse prestigioso prêmio.

O comunicado da academia ressaltou que Goldin ofereceu o primeiro relato abrangente dos ganhos e da participação das mulheres no mercado de trabalho, identificando tanto as causas históricas das mudanças quanto as principais fontes da disparidade salarial de gênero atual. Sua pesquisa é considerada uma contribuição significativa para a compreensão das dinâmicas econômicas de gênero.

Claudia Goldin, que se tornou a primeira mulher titular do Departamento de Economia de Harvard em 1990, é conhecida por seu influente livro de 1990, “Understanding the Gender Gap”, que examinou as da desigualdade salarial entre os gêneros. Posteriormente, ela conduziu estudos sobre tópicos como o impacto da pí anticoncepcional nas decisões de carreira e casamento das mulheres, o sobrenome das mulheres após o casamento como indicador social e as razões por trás da maioria das estudantes de graduação serem mulheres atualmente.

*Com informações dos jornalistas de Mark John, Niklas Pollard e Terje Solsvik.

Fonte: Mídia Ninja. Foto de capa: Reprodução/Princeton University Press.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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