Comitiva Presidencial: 23 com Covid-19. Dois nomes não divulgados

Comitiva Presidencial: 23 com . Dois nomes não divulgados

Coronavírus: quem são as autoridades com diagnóstico confirmado no

Por Redação/BBC

Autoridades do governo federal e do Congresso estão entre as milhares de pessoas infectadas com coronavírus no Brasil.

Segundo o Ministério da , até a noite desta segunda-feira (23/03), o país tinha registrado 1.891 casos de infecção — 34 pessoas morreram por covid-19, a doença causada pelo vírus.

Entre as autoridades infectadas estão Davi Alcolumbre, presidente do Senado, e o general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Institucional.

Parte das autoridades infectadas estava na comitiva do presidente Jair Bolsonaro que viajou aos , no início do mês.

Ao todo, 23 pessoas que fizeram parte do grupo testaram positivo para o vírus, entre elas o próprio Heleno, o assessor da Presidência Filipe G. Martins e o deputado federal Daniel Freitas — outros integrantes da comitiva são empresários e representantes da indústria.

Na noite desta segunda, o governador de , João Doria (PSDB), anunciou que o médico David Uip também foi diagnosticado com a covid-19. O infectologista lidera o grupo do governo que combate a pandemia no de São Paulo.

Autoridades diagnosticadas com coronavírus:

– Allan Séllos – Chefe do Cerimonial do Itamaraty

– Augusto Heleno – Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)

– Bento Albuquerque – Ministro de Minas e Energia

– Coronel Suarez – Diretor do Departamento de Segurança Presidencial

– Carlos França – Chefe do Cerimonial do Palácio do Planalto

– Cesinha de Madureira – Deputado federal (PSD-SP)

– Daniel Freitas – Deputado Federal (PSL)

– David Uip – Coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo

– Davi Alcolumbre – Presidente do Senado (DEM-AP)Presidente do Senado, Davi Alcolumbre,

Direito de imagemAGÊNCIA SENADO
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, também foi diagnosticado com coronavírus

– Eliéser Girão – Deputado Federal (PSL-RN)

– Fabio Wajngarten – Secretário de da Presidência da República

– Filipe G. Martins – Assessor Especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais.

– Izolda Cela – Vice-governadora do Estado do Ceará

– Luis Tibé – Deputado federal (Avante-MG)

– Major Cid – Ajudante de Ordens do Palácio do PlanaltO prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, anunciou ter contraído coronavírus

– Marcos Troyjo – Secretaria Especial de Comércio Exterior

– Nelsinho Trad – Senador (PSD-MS)

– Prisco Bezerra – Senador (PDT-CE)

– Roberto Cláudio – Prefeito de Fortaleza

– Samy Liberman – secretário especial adjunto de Comunicação Social

– Sérgio Segovia, presidente da Apex (Agência Brasileira de Promoção à Exportação).

Fonte: BBC Brasil

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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