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CONGRESSO INICIA TRABALHOS DE 2024 COM MUDANÇAS CLIMÁTICAS EM PAUTA

CONGRESSO INICIA TRABALHOS DE 2024 COM MUDANÇAS CLIMÁTICAS EM PAUTA

Parlamentares têm 20 Medidas Provisórias para votar, sete delas referem-se à liberação de cerca de R$ 2 bilhões para mitigar efeitos de desastres climáticos. 

Por Cristiane Prizibisczki/O Eco

O Congresso se reúne nesta segunda-feira (5) para abertura dos trabalhos de 2024, com a tarefa de aprovar, entre outras pautas, a liberação de recursos para enfrentar os efeitos das no país.

Na agenda das próximas votações em Plenário, estão 20 medidas provisórias editadas pelo que dependem da aprovação dos parlamentares. 

Dessas 20 medidas, sete liberam cerca de R$ 2 bilhões para mitigação dos estragos causados pelos desastres climáticos registrados no país nos últimos meses, a exemplo dos alagamentos no sul do país e a na região norte.

O , que decretou estado de calamidade em setembro de 2023 após a passagem de um ciclone extratropical, será beneficiário de três MPs e deve receber R$ 955,90 milhões para reconstrução de moradias, estradas e pontes, além de financiar um plano emergencial de acesso a crédito e programas de apoio a micro e pequenas empresas e de fortalecimento da agricultura familiar. 

A região norte, que enfrentou seca extrema a partir de novembro passado, deve receber R$ 400 milhões em créditos extraordinários, que serão usados para ações voltadas à alimentar dos moradores de municípios em situação de calamidade pública.

O também analisa outras medidas provisórias para mitigar danos provocados por desastres climáticos. Entre elas estão a que destina R$ 259 milhões para os estados de , , Santa Catarina e Paraná, e a que libera R$ 314 milhões para atenuar os efeitos do fenômeno nas cinco regiões do País.

Cristiane Prizibisczki Jornalista. Fonte: O Eco. Foto de capa: Agência Senado.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

revista 119

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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