“Conhecereis a verdade e ela vos libertará”. Pesquisas mostram: eleitor já conhece a verdade. E se libertará

Pesquisas mostram que eleitor já conhece a verdade. E se libertará

Por: GILVANDRO FILHO no 247

“Conhecereis a e ela vos libertará”. Quem diria que o presidente Jair Bolsonaro visse voltar contra si a palavra que ele tanto explorou, como discurso fácil, na campanha eleitoral. O então candidato repetiu tanto João 8:32 que, ao que tudo indica, a verdade está sendo conhecida e se materializa em forma de pesquisa de opinião pública.

E as últimas pesquisas são elucidativas: conhecido o governo, com apenas dois meses e 20 dias, a verdade começa a surgir, de maneira implacável. E o eleitor já dá sinais de que abandona o eleito. Daqui a pouco se libertará.

A pesquisa mais recente saiu ontem, a do IBOPE, constatou a ampliação do grupo daqueles que acham o governo Bolsonaro um horror. Cresceu de 11% a 24% o universo dos que responderam “ruim” ou “péssimo”. Já os que ainda acreditam na gestão do “” e a consideram “boa” ou “ótima”, não são mais 49% e caíram para 34% dos que responderam ao levantamento. É bom já ir se acostumando, pois, o governo é carro de ladeira abaixo.

Mas, não é para menos. Trata-se de um governo atrapalhado, sem dono, com ministros bizarros e filhos mandões, que faz os brasileiros passarem uma vergonha atrás da outra. Se o governo tivesse começado há uma semana, a viagem da comitiva bolsonariana aos já seria, por si, motivo suficiente para despencar qualquer popularidade.

O que o “presidente-amigo” fez na presença do ídolo dele, o topetudo Donald Trump, consolidou a posição de vanguarda ocupada pelo Brasil no ranking da chacota mundial. Bolsonaro demonstrou ao mundo como é fácil acabar com a reputação de um país e jogar sua soberania no .

Evidentemente, a viagem patética à do Pateta não é determinante na derrocada de Bolsonaro nas pesquisas. A queda brutal e significativa é pelo conjunto da obra que vem sendo construída passo a passo, trapalhada a trapalhada, vergonha a vergonha, de primeiro de janeiro para cá.

A patacoada americana só piora muito as coisas.

GILVANDRO FILHO: Jornalista e compositor/letrista, tendo passado por veículos como Jornal do Commercio, O Globo e Jornal do Brasil, pela revista Veja e pela TV Globo, onde foi comentarista político. Ganhou três Prêmios Esso. Possui dois livros publicados: Bodas de Frevo e “Onde Está meu filho?”

Capa: Céllus, no Humor Político

Fonte: https://www.brasil247.com/pt/colunistas/gilvandrofilho/387550/Pesquisas-mostram-que-eleitor-j%C3%A1-conhece-a-verdade-E-se-libertar%C3%A1.htm

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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