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Contra privilégios do Judiciário, MST protesta em frente ao STF

MST protesta em frente ao STF contra privilégios do Judiciário

Ação foi feita pelo Grupo de Agitação e Propaganda do movimento e também denunciou prisão de

Por Diego Sartorato
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Militantes vestiram roupas de praia em alusão aos 195 dias de folga a que os magistérios têm direito / Divulgação

Militantes do Movimento dos Rurais Sem (MST) realizaram, nesta sexta-feira (20), uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF), em , para denunciar os privilégios do Poder Judiciário no país.

A ação foi feita pelo Grupo de Agitação e Propaganda do MST, que também atuou no terminal rodoviário da capital federal. Os militantes se reuniram na frente da Corte com cartazes e fizeram uma intervenção teatral, vestidos de roupa de praia, em alusão ao período de dois meses que os juízes têm de férias todos os anos.

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Jailma Lopes, que integra a brigada , do MST, explica que o objetivo da ação foi de chamar a atenção para os benefícios e regalias dos juízes.

“O poder judiciário, que é antidemocrático e que é muito caro para o brasileiro, tem cometido várias arbitrariedades e está rasgando a desde o golpe contra a presidenta Dilma [Rousseff]”, afirma a militante.

A despesa do governo federal com o auxílio-moradia de magistrados e procuradores já atingiu quase R$ 1 bilhão neste ano. O valor do auxílio chega a R$ 4.378 mensais. O benefício está em discussão há quatro anos no STF e vai ser avaliado pelo ministro Luiz Fux.

Os magistrados também têm direito a 195 dias de folga, ou seja 53% dos dias do ano, entre recesso, férias, feriados e finais de semana.

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A ação também divulgou a realização da marcha nacional do MST em Brasília entre os dias 10 e 15 de agosto, data em que será realizado o registro da candidatura de Luiz Inácio Lula da à presidência da República, explica Lopes.

“A marcha tem o objetivo de passar pelas , diante do povo brasileiro, e denunciar a prisão política de Lula e denunciar as arbitrariedades desse processo golpista contra o povo brasileiro”.

Lula está preso há mais de 100 dias na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

ANOTE AÍ

Fonte: Brasil de Fato

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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