COP 21: Os desafios da Segurança alimentar

Assunto em grande parte ignorado por políticos, como também por climatólogos, a segurança alimentar finalmente entrou na pauta das discussões sobre mudanças climáticas na Conferência em Paris – COP 21. A temática foi levantada por uma coalizão entre as delegações de Peru e França, com o objetivo de buscar soluções para mitigar os efeitos das mudanças de clima sobre a produção agrícola e de garantir a alimentação da população mundial crescente, diante dos desafios sazonais.

Três propostas foram destacadas pelo jornal britânico The Guardian:

  • Mapear cenários de insegurança alimentar – foi criada uma ferramenta interativa que permite mapear as áreas com altíssimo grau de detalhamento, assim como traçar quadros futuros de segurança alimentar, com simulações que incluem fatores ajustáveis como quantidade de emissões de carbono, tempo e escala de produção.
  • Prender carbono nos solos – a conclusão é que práticas agrícolas melhores podem ser aplicadas para reduzir a quantidade de carbono no solo e, por consequência, que entra na atmosfera, de modo a contribuir para a redução do aquecimento global.
  • Reduzir desperdício de alimentos – no caminho entre as terras de cultivo e a mesa, estima-se que 1,3 bilhões de toneladas de alimentos são desperdiçadas e perdidas por ano, gerando emissões de gases desnecessárias. Serão criados mecanismos pela ONU para incentivar países do G-20 a reduzirem desperdícios na produção de alimentos.

No Brasil, em particular, considerado pela FAO um dos dez países que mais desperdiçam comida (30% da produção) em todo o mundo, é preciso desenvolver uma cultura de combate ao desperdício. Nisso, o poder público tem papel fundamental.

É o que pensa, por exemplo, Jurandir Oliveira, presidente do Legislativo de Formosa – Goiás, que afirma: “Cabe a nós, principalmente, o protagonismo de estabelecer outro paradigma. Ou mudamos nossa relação com os alimentos, ou deixamos de dar contribuição significativa para redução da emissão de gases e para garantir a segurança alimentar das pessoas, como apontam as discussões da COP 21”.

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