Cordel do Paraíso: Chapada dos Veadeiros…
Chapada dos Veadeiros
A história e a vivência
No estado de Goiás
A arte da convivência
A sabença de um povo
Com amor e sapiência
Alto Paraíso, São Jorge
Mística do Planalto Central
O sonho da Nova Era
A energia do cristal
Cenários e personagens
Da natureza tropical
Clarice Alves Machado
Conta aqui a sua história
Nasceu em Alto Paraíso
São Jorge na trajetória
O seu pai foi pioneiro
Conquistou boa vitória
Teve gênese no garimpo
Que Anhanguera começou
Aos 11 anos foi embora
Mas agora retornou
Pique-pega, esconde-esconde
Na infância ela brincou
Infância com lua cheia
Não havia energia
Brincadeira de criança
Com toda sua magia
Com os mistérios da noite
E a claridade do dia
Primeiro amor impossível
O toque do sentimento
A saudade e a lembrança
Não cai no esquecimento
Pulsa a alma o coração
Acelera o pensamento
Os nativos do garimpo
Vivem a realidade
Sem naves e sem ets
Que navegam na cidade
Por aqui a vida é dura
Só há estrelicidade
Fala, Humberto Cesar
Que em Formosa nasceu
Ele gosta é do mato
O sonho lhe amanheceu
Quer distância da cidade
No campo se espaireceu
Natureza, cachoeiras
A vida bem familiar
Na fazenda, pai e filho
O sol a nos iluminar
Os animais e as plantas
Muita história pra contar
A infância foi muito boa
Muita arte e brincadeira
O tempo todo na rua
Não havia geladeira
Televisão não se via
Vida sem eira nem beira
O amor é uma incógnita
Nas veias do coração
Encanta as nossas vidas
Com ternura e paixão
Toca a alma o sentimento
Com as cores da ilusão
As encrencas de menino
Os conflitos da infância
As brigas da molecagem
Coisas de ignorância
A liberdade de criança
Ultrapassa toda ânsia
No Vale da Lua vi
Belo ato de coragem
Um rapaz escorregou
Foi chocante a imagem
Quase caiu no abismo
Mas só ficou na miragem
Nosso vizinho Juliano
Organiza o Festival
O Cavaleiro de Jorge
A tradição cultural
A sinergia divina
Luz do Planalto Central
Fala, Leonardo Gontijo
Que em Brasília nasceu
Gosta de trocar olhares
Simplicidade concebeu
Cultiva o equilíbrio
Com o amor transcendeu
Todo mundo se conhece
Há muita tranquilidade
O povo se cumprimenta
Tem mais solidariedade
Tudo é feito bem rápido
Com bem mais mobilidade
Aqui tudo é bom demais
Há pouca tecnologia
Tudo é menos complicado
Germinamor alegria
A natureza está na gente
Se vive mais harmonia
Tive infância bem urbana
Vivia na molecagem
Gostava sempre de cantar
Muita música na bagagem
Música Popular Brasileira
Além da camaradagem
Muitos amores na vida
Sorrisos e tatuagem
Encrenca a gente arruma
Galera de gangue, vadiagem
Fui criado em Brasília
Com boa quilometragem
Gente em atos de bondade
Na sociedade desigual
Pessoas sem condições
Com conflito social
Os heróis do dia a dia
Na peleja contra o mal
Heróis de todos os dias
Na luta da sobrevivência
Pessoas que se ajudam
A busca da consciência
Trabalhadores do povo
Nossa gente de excelência
Misticismo na Chapada
Forte espiritualidade
Chás, rapés e os cristais
Arte, multiplicidade
Massagens e terapias
Holismo em vivacidade
Quase morte, paz interior
Práticas espirituais
Yoga, respiração
Consagrados rituais
O transe, a transcendência
Transmutação dos cristais
Cristaloterapia, visagens
Pulsa a criatividade
Kalungas no Festival
Cultura e liberdade
Troca de experiências
Com ampla diversidade
Quilombos e indígenas
Arte do Brasil inteiro
O povo de Cavalcante
E gente do estrangeiro
A força de nossa gente
O ritmo bem brasileiro
Fala, Claro Alves Machado
Aqui era garimpo de cristal
Não existia Brasília
No cerrado sem igual
A vida era em Formosa
Vasto Planalto Central
Goiânia, Brasília?!
Desejo tranquilidade
Gosto de ficar aqui
Prefiro qualquer cidade
Não gosto de lugar grande
Tem muita barbaridade
Aqui tenho a fazenda
A minha propriedade
Tenho tudo, tenho vida
Mais amor e liberdade
Não posso sair daqui
Desejo a simplicidade
Ave, Maria, chega, gente
Violência não dá mais
Tanta dor e intolerância
Os sofrimentos e ais
Viva a paz e o amor
Pois sonhar é bom demais
Tudo me faz ficar aqui
O céu e a natureza
As estrelas, o cerrado
Com toda sua beleza
Árvores, plantas e pássaros
Água limpa com pureza
Infância em Minas Gerais
Comércio, loja, armazém
Uma vida de trabalho
Peleja do vai e vem
Alto Paraíso no meio
Que a vida me convém
Muitos amores na vida
O prazer em demasia
Tive amor proibido
Sem vícios no dia a dia
Fiz de tudo nessa vida
Sem perder a fantasia
Nunca briguei com ninguém
Sou de paz e harmonia
Prefiro até perder
Manter minha alegria
Perco, mas não disputo
Desejo a cidadania
Não existe milagre
É ilusão do ser humano
Existe só um Deus
Com seu poder soberano
Que dá as leis para nós
No espaço e no oceano
Li Buda e Allan Kardec
Não tenho religião
Mas, acredito em Deus
Sou fiel de coração
Respeito a todo mundo
Cada um com sua ação
A cultura daqui é turismo
Da Alemanha, da Argentina
É tudo que vem de fora
Não muda a nossa sina
Gosto do belo céu
Da região planaltina
Fala, Guilherme Gasparini
Dos tempos dos festivais
Do encontro de culturas
Tudo aqui é bom demais
A natureza em festa
As plantas e os animais
Tem a música eletrônica
Projetos de sustentabilidade
Novas formas de ensino
A busca da diversidade
Amplitude de expressão
E sonhos de liberdade
Desenvolver o coletivo
Por a arte em evidência
Agregar bem os talentos
Despertar a consciência
Aperfeiçoar a mente
Ser gente de excelência
Tive infância em São Paulo
Com a globalização
Diversas influências
Violência, exploração
Por aqui a natureza
Eleva o nosso coração
Os amores em São Jorge
Sentimento e emoção
Sonho, desejo, vida
No ritmo da evolução
O amor em Brasília
Também teve sua ação
As coisas normais da vida
Pelejas de cada dia
Ser útil às pessoas
Buscar a cidadania
Equilibrar nossa vida
Paz, amor e harmonia
Fala-nos, Airy Gavião
Que é indígena, palmeira
É do Povo Brasilíndio
E da sombra da paineira
Veio do Estado do Pará
Da Amazônia Brasileira
Nós temos uma reserva
Nós tivemos a primeira
Em Marabá no Pará
Demarcação pioneira
Boa terra para os índios
Natureza verdadeira
Da aldeia para Belém
E depois para o Cerrado
Brasília em minha história
Com o coração alado
Depois em São Jorge
Fiquei aqui com agrado
Gosto dos movimentos
Da economia solidária
Culturas tradicionais
A nossa vida diária
A aldeia multiétnica
Verve revolucionária
Eu tinha uma canoa
E gostava de pescar
Tirava caranguejos
Para a gente alimentar
Nadava feito os peixes
Na água sempre a brincar
Eu acredito num Deus
Mãe natureza, especial
Creio na divindade
No mundo angelical
Existe premonição
Momento espiritual
Nadava no oceano
Lá no mar em Marudá
Rodei serras e florestas
Estive em Macapá
Em Goiás e em Brasília
E no Estado do Pará
Canto as músicas indígenas
Faço muito artesanato
Descendente de Tukano
Adoro andar no mato
Nas águas do Paraíso
Fotografo meu retrato
Natureza, arte, cordel
No Festival da Cultura
Pajelança, Boi Bumbá
Nave na xilogravura
Mesmo na dificuldade
Vamos manter a ternura
O misticismo presente
Ideias, revelação
Forte campo energético
Sempre em renovação
Mestres e hierofantes
Os guias da transformação
Vale da Lua, mistérios
A Chapada em sintonia
Luz, espiritualidade
Estrelas em sinfonia
Natura em equilíbrio
No coração da poesia
Umbanda, Ufologia
Cosmo em ebulição
Mistérios de cada um
Vida em evolução
Arte, sonho e linguagens
A luz da transmutação
Criação, artesanato
Manifestação cultural
Coisas de religião
Consciência natural
Expressão do sentimento
Transcendência do mental
Aqui é o chakra da Terra
Do mundo é o coração
Geologia bem antiga
De alta elaboração
Presença da divindade
No Planalto da Nação
ANOTE AÍ!
Créditos fornecidos pelo poeta:
Universidade de Brasília – UnB
Faculdade de Comunicação – FAC
Departamento de Jornalismo – JOR
Disciplina: Processos Gráficos em Jornalismo
Professora: Célia Matsunaga
Alunos: Carlos Augusto Xavier de Sousa
Tayanne da Silva Santos
Xilo: José Maria Mourão
Texto: Gustavo Dourado
PROCESSOS GRÁFICOS EM JORNALISMO
BRASÍLIA – DF, JUNHO DE 2016
foto: www.cebb.org.br