Dignidade: prioridade de Lula é combate à fome no Brasil
Lula quer garantir aos brasileiros alimentação digna, para superar legado do governo anterior. Não é razoável haver exportação de bilhões de dólares em grãos e o povo não ter o que comer
Por Zeca Dirceu/Revista Focus
O legado do governo militarista anterior é funesto, com efeitos danosos às classes médias e, em especial, às camadas mais pobres da sociedade. Num cenário de terra arrasada, um dos principais desafios do governo Lula é reconstruir o país e combater a fome. Felizmente, o Brasil caminha firme para superar os problemas.
No caso da fome, Lula já colocou como prioridade garantir a todos os brasileiros uma alimentação digna. Não é razoável haver exportação de bilhões de dólares em grãos e o nosso povo não ter o que comer ou ficar na insegurança de se alimentar ou não no dia seguinte.
Depois de os governos do PT terem tirado o Brasil do Mapa da Fome da ONU, meta alcançada em 2014, o flagelo voltou nos últimos anos, atingindo 33 milhões de pessoas, além de seis em cada dez brasileiros (58,7% da população) viverem com algum grau de insegurança alimentar.
Por decisão de Lula, o combate à fome e da segurança alimentar envolve 24 ministérios. Há ações estratégicas, com a retomada de programas como o Fome Zero e o Compra Direta, e a ampliação dos recursos do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) para garantir, preferencialmente, a produção de arroz, feijão, mandioca, trigo, hortigranjeiros e pequenos animais. Esses alimentos são fundamentais para a cesta básica das famílias em situação de risco ou em vulnerabilidade.
A volta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) marca a nova fase do país. Extinto em 2019, o Consea foi retomado no primeiro dia da gestão do presidente Lula, que também recriou a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan). São espaços institucionais com a participação e o controle social na formulação, no monitoramento e na avaliação de políticas públicas de segurança alimentar e nutricional.
É preciso destacar também o impulso à agricultura familiar, com a volta do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). O setor, responsável por cerca de 70% dos alimentos consumidos na mesa dos brasileiros, foi abandonado pelo último governo.
O PAA, operacionalizado pelos ministérios do Desenvolvimento Agrário e do Desenvolvimento Social, mais a Conab, conta com aporte de R$ 500 milhões para a compra direta de alimentos da agricultura familiar. O governo anterior havia destinado apenas R$ 2,6 milhões para esta ação em 2023.
O PAA permite a compra pública de produtos da agricultura familiar, com dispensa de licitação, para distribuir a pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional por meio de uma vasta rede socioassistencial, que inclui restaurantes populares, cozinhas comunitárias e bancos de alimentos.
Igualmente importantes são o reajuste do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e a fixação de um percentual mínimo de 30% dos recursos das compras públicas para a agricultura familiar. Em menos de quatro meses de governo, já são R$ 4 bilhões à disposição da agricultura familiar, agora estimulada depois do descaso do governo que passou.
A volta do Brasil ao Mapa da Fome é o legado drástico do desmonte de políticas públicas promovido nos últimos quatro anos no campo da segurança alimentar. Eliminar este problema é um esforço do governo e de toda a sociedade brasileira, inclusive com o moderno agronegócio, setor vital da economia que também pode — e deve — se envolver nesse esforço coletivo.
O Brasil, com toda a pujança que tem, do ponto de vista dos recursos naturais, deve ter um modelo econômico sustentável ambientalmente e socialmente justo. O flagelo da fome é uma vergonha nacional.
Fonte: Zeca Dirceu/Revista Focus Capa: Reprodução/R7