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Drummond: Foi-se a Copa? Não faz mal

Drummond: Foi-se a Copa?

 

Foi-se a Copa? Não faz mal.

Adeus chutes e sistemas.

A gente pode, afinal,
cuidar de nossos problemas.
 
Faltou inflação de pontos?
Perdura a inflação de fato.
Deixaremos de ser tontos
se chutarmos no alvo exato.
 
O povo, noutro torneio,
havendo tenacidade,
ganhará, rijo, e de cheio,
A Copa da Liberdade.
 
– Carlos Drummond de Andrade, após a Copa do Mundo de Futebol,  no ano da graça de 1978

Biografia de Carlos Drummond de Andrade

Carlos Drummond de Andrade (1902–1987) foi um poeta brasileiro. “No meio do caminho tinha uma pedra / tinha uma pedra no meio do caminho”. Este é um trecho de uma das poesias de Drummond, que marcou o 2º Tempo do Modernismo no Brasil. Foi um dos maiores poetas brasileiros do século XX.

Infância e Formação

Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) nasceu em Itabira de Mato Dentro, interior de Minas Gerais, no dia 31 de outubro de 1902. Filho de Carlos de Paula Andrade e Julieta Augusta Drummond de Andrade, proprietários rurais. Em 1916, ingressou em um colégio interno em Belo Horizonte. Doente, regressou para Itabira, onde passou a ter aulas particulares. Em 1918, foi estudar em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, também no colégio interno.

Carlos Drummond
Casa onde nasceu Drummond, em Itabira

Em 1921, começou a publicar artigos no Diário de Minas. Em 1922, ganhou um prêmio de 50 mil réis, no Concurso da Novela Mineira, com o conto “Joaquim do Telhado”. Em 1923 matricula-se no curso de Farmácia da Escola de Odontologia e Farmácia de Belo Horizonte. Em 1925 conclui o curso. Nesse mesmo ano, funda “A Revista”, que se torna um veículo do Modernismo Mineiro. Drummond leciona português e Geografia em Itabira, mas a vida no interior não lhe agrada. Volta para Belo Horizonte, emprega-se como redator no Diário de Minas.

Poeta e Servidor Público

Em 1928 publica “No Meio do Caminho”, na Revista de Antropofagia de São Paulo, provocando um escândalo, com a crítica da imprensa. Diziam que aquilo não era poesia e sim uma provocação, pela repetição do poema. Como também pelo uso de “tinha uma pedra” em lugar de “havia uma pedra”. Ainda nesse ano, ingressa no serviço público como auxiliar de gabinete da Secretaria do Interior.
Em 1930 publica o volume “Alguma Poesia”, abrindo o livro com o “Poema de Sete Faces”, que se tornaria um dos seus poemas mais conhecidos: “Mundo mundo, vasto mundo se eu me chamasse Raimundo seria uma rima, não seria uma solução”. Faz parte do livro também, o polêmico “No Meio do Caminho”, “Cidadezinha Qualquer” e “Quadrilha”. Em 1934 muda-se para o Rio de Janeiro e assume a chefia de gabinete do Ministério da Educação, do ministro Gustavo Capanema. Em 1942 publica seu primeiro livro de prosa, “Confissões de Minas”.
Em 1945, publica “A Rosa do Povo”, obra em que condena a vida mecanizada e desumana de seu tempo, e espelha uma carência de um mundo certo, pautado na justiça, que venha substituir a falta de solidariedade de seu mundo. A poesia de caráter social assume nova dimensão, e seus temas preferidos são: a angústia, o medo, o tédio e a solidão do homem moderno. Entre os anos de 1945 e 1962, foi funcionário do Serviço Histórico e Artístico Nacional. Em 1946, foi premiado pela Sociedade Felipe de Oliveira, pelo conjunto da obra.

Características da Obra de Drummond

Poeta da Segunda Geração Modernista, a maior figura da “Geração de 30”, embora tenha escrito ótimos contos e crônicas, Drummond se destacou como poeta, quando produziu uma poesia de questionamento em torno da existência humana, do sentimento de estar no mundo, da inquietação social, religiosa, filosófica, amorosa etc. Seu estilo poético é permeado por traços de ironia, observações do cotidiano, de pessimismo diante da vida e de humor. Drummond fazia verdadeiros “retratos existenciais” e os transformava em poemas com incrível maestria. Carlos Drummond de Andrade foi também tradutor de autores como Balzac, Federico Garcia Lorca e Molière.

Família

Casado com Dolores Dutra de Morais, e pai de Maria Julieta Drummond de Andrade e de Carlos Flávio Drummond de Andrade, em 1950, viajou para a Argentina, para o nascimento de seu primeiro neto, filho de Julieta. Nesse mesmo ano estreia como ficcionista. Em 1962 se aposenta do serviço público, mas sua produção poética não para. Os anos 60 e 70 são produtivos. Escreve também crônicas para jornais do Rio de Janeiro. Em 1967, para comemorar os 40 anos do poema “No Meio do Caminho” Drummond reuniu extenso material publicado sobre ele, no volume “Uma Pedra no Meio do Caminho – Biografia de Um Poema”.
Carlos Drummond de Andrade faleceu no Rio de Janeiro, no dia 17 de agosto de 1987, doze dias depois do falecimento de sua filha, a escritora Maria Julieta Drummond de Andrade.

Obras de Carlos Drummond de Andrade

No Meio do Caminho, poesia, 1928
Alguma Poesia, poesia, 1930
Poema da Sete Faces, poesia, 1930
Cidadezinha Qualquer e Quadrilha, poesia, 1930
Brejo das Almas, poesia, 1934
Sentimento do Mundo, poesia, 1940
Poesias e José, poesia, 1942
Confissões de Minas, ensaios e crônicas, 1942
A Rosa do Povo, poesia, 1945
Poesia até Agora, poesia, 1948
Claro Enigma, poesia, 1951
Contos de Aprendiz, prosa, 1951
Viola de Bolso, poesia, 1952
Passeios na Ilha, ensaios e crônicas, 1952
Fazendeiro do Ar, poesia, 1953
Ciclo, poesia, 1957
Fala, Amendoeira, prosa, 1957
Poemas, poesia, 1959
A Vida Passada a Limpo, poesia, 1959
Lições de Coisas, poesia, 1962
A Bolsa e a Vida, crônicas e poemas, 1962
Boitempo, poesia, 1968
Cadeira de Balanço, crônicas e poemas, 1970
Menino Antigo, poesia, 1973
As Impurezas do Branco, poesia, 1973
Discurso da Primavera e Outras Sombras, poesia, 1978
O Corpo, poesia, 1984
Amar se Aprende Amando, poesia, 1985
Elegia a Um Tucano Morto, poesia, 1987
Fonte: ebiografia


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