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Líbano: País da tolerância e da solidariedade

Por: Fátima Safadi Carvalho

Nem de longe o Líbano de hoje lembra a nação historicamente ocupada e dominada por invasores, desde o ano 3.000 A.C., primeiro pelos Hicsos, Egípcios e Assírios, enquanto ainda era a Fenícia.

A partir do ano 64 A.C., pelos Romanos, depois pelos Cruzados, depois pelos Turcos com seu império Otomano e, por fim, pela dominação francesa, que deixou o país somente em 1946. Sem falar no vizinho rico e belicoso, Israel, apontando seus olhares e garras afiadas 24 horas por dia.

Essa imperiosa necessidade de resistir e sobreviver levou o país a falar três idiomas, o árabe, o francês e o inglês, sendo este último ensinado às crianças desde a alfabetização. Além, é claro, do português e do espanhol, popularizados em face da grande e mais recente imigração latina. Meu árabe com sotaque português fez sucesso.

TOLERÂNCIA E SOLIDARIEDADE

Meus parentes e a região que visitei são predominantemente muçulmanos. No entanto, o que me chamou muito a atenção é a convivência harmoniosa e pacífica entre cidades e povos de religiões diversas. Convivendo com cenas de intolerância religiosa por aqui, imaginei que fosse encontrar um ambiente fundamentalista no Líbano. Exatamente o contrário.

Os Cristãos representam cerca de 53% da população, sobretudo na capital Beirute. O convívio é o mais pacífico possível. Na capital se pode observar a existência de diversas igrejas católicas. Visitei uma delas, a da Santa Nossa Senhora do Líbano.

Aliás, o presidente do Líbano é um Cristão Maronita e nomeou como seu primeiro ministro um muçulmano. Todo o parlamento libanês é mesclado entre as religiões.

BEIRUTE, A SUÍÇA DO ORIENTE MÉDIO

Três da madrugada chegamos a Beirute. Sorte com as malas que, não raramente, são reviradas ou mesmo extraviadas. Com as nossas, tudo em ordem.

A primeira e gratificante surpresa é a beleza de Beirute, não à toa chamada de Suíça do Oriente Médio. Moderna, orla marítima iluminada e segura, muita cor, muito brilho, muita música.

Vi trajes oscilando entre baby-look, tênis e saia curta e os comportados e não menos lindos lenços árabes. Tudo junto e misturado, em uma perfeita harmonia, a mesma que já há algum tempo não se observa em terras tupiniquins.

Beirute foi a parte final do meu passeio. Locamos uma Van e fomos para a Gruta de Jeita, acesso por teleférico, por barco e trecho final a pé. Simplesmente a maior gruta que já conheci. Quilômetros sob a terra, com desenhos e capelas esculpidos em estalactites lapidados há milênios. Lamentavelmente é proibido fotografar, até mesmo de celular.

Ainda de teleférico, no alto de uma das montanhas de Beirute, visitamos a santa católica Harissa, também conhecida como Nossa Senhora do Líbano. O santuário acolhe cristãos e muçulmanos. A estátua, no cume da rocha, se projeta sobre Beirute e pode ser comparada ao Cristo Redentor no Rio de Janeiro.

Visitamos ainda a mesquita Muhammad Ali Amin, uma das maiores e mais belas do Líbano, destruída pela guerra com Israel e reconstruída pelo falecido presidente Hafik Hariri.

A Mesquita encontra-se exatamente lado a lado com uma também bela igreja católica. Nas proximidades de ambas foi construído um centro comercial de luxo denominado Downtown, onde os melhores estilistas do mundo expõem e comercializam sua produção.

Por fim, conhecemos Trípoli, na grande Beirute, centro turístico e de compras. Em sua orla marítima, Zaitunay Bay, se pode curtir a melhor Happy Hour do Mediterrâneo.

Fátima Safadi Carvalho
Pedagoga. Esta matéria completa o relato de Fátima sobre sua viagem ao Líbano, que teve sua primeira parte publicada na edição 33 da Xapuri, de julho de 2017.

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