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VALE DA LUA

PISCINAS VERDES NO VALE DA LUA

PISCINAS VERDES NO VALE DA LUA

Bem aqui na Serra da Boa Vista, bem próximo ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, no município de Alto Paraíso de Goiás, tem um belíssimo conjunto de crateras acinzentadas cavadas nas pedras pelas corredeiras de águas transparentes do Rio São Miguel. Um lugar ímpar que nativos e turistas chamam de Vale da Lua.

Existe, na área de acesso ao Vale, localizada cerca de 11 Km do povoado de São Jorge, estacionamento, restaurante, banheiros e um posto de controle. Entretanto, ao contrário de outros pontos da Chapada dos Veadeiros, para visitar o Vale da Lua não se requer a contratação de guias locais.

Depois do pagamento de uma taxa de entrada e do preenchimento de um cadastro, pode-se caminhar rumo a essa área de superfície lunar em pleno Planalto Central por uma trilha de 600 metros, de fácil acesso. No Vale da Lua, vale a pena experimentar o banho gelado nas piscinas naturais de águas verde esmeralda, localizadas entre as fascinantes rochas exóticas formadas por quartzo, areia e argila nos tons da superfície da lua.

VALE DA LUA

No tempo seco, o Vale da Lua, que pode ser acessado pela rodovia GO-239, a partir de uma estrada de terra que fica no lado oposto ao Parque Nacional, é bastante seguro, mas no período chuvoso as trombas d´água que chegam de repente tornam a presença humana no Vale bastante perigosa e arriscada.

Eduardo Pereira – @weiss_guru

 
 
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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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