Pesquisar
Close this search box.
Sintego

Por mais Democracia: O Sintego na luta pela valorização do voto

Por mais Democracia: O Sintego na luta pela valorização do voto – Com a urna eletrônica e toda a tecnologia empregada, votar tornou-se um ato simples. A ação que o eleitor executa em poucos minutos e que, ao fim do dia, o resultado já é público, permite que todos saibam quem são os vitoriosos. Mas essa simplicidade não pode camuflar o fato de que votar é uma ação de extrema responsabilidade.

Por Bia de Lima 

Os eleitores entregam uma espécie de procuração para que os eleitos administrem os mais caros patrimônios que possuem: a gestão e a regulação da Educação, da Saúde, da Segurança, da Infraestrutura; enfim, a destinação dos patrimônios materiais e imateriais da sociedade. Ao votar, estamos deliberando sobre o nosso presente e o nosso futuro.

A importância do voto nos parece óbvia, mas no Brasil a democracia é um valor incipiente. O Brasil carece de uma real participação da sociedade nas estruturas de poder do estado, que pode e deve ser cada vez mais democrática.

Por isso, durante o processo eleitoral de 2018, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (SINTEGO) tem exercido um amplo trabalho de articulação e diálogo entre todos/as os/ as candidatos/as, com vistas ao fortalecimento das instituições democráticas, à abertura de canais de diálogos e maior participação da classe trabalhadora nos processos decisórios.

Entre os/as candidatos/as, principalmente, aos que pleiteiam a vaga de governador/a do nosso estado de Goiás, a atuação do SINTEGO tem se dado através do Fórum de Defesa dos Servidores e dos Serviços Públicos do Estado de Goiás – órgão que congrega 47 entidades, juntas representando mais 200 mil servidores/as públicos/as –, que foi responsável pela redação e entrega da Plataforma Política dos/as Servidores/as a todos os/ as postulantes ao cargo de chefe/ a do Governo Estadual.

De forma que, no ato da posse de qualquer um/a desses/as, impossível não afirmar que o eleito não conhecia a pauta que atende os anseios dos/as servidores/ as do Estado de Goiás, bem como as ferramentas de aperfeiçoamento de sua gestão, haja vista que traça os caminhos dos espaços de diálogo com aqueles que efetivamente fazem seu governo funcionar, que são os/as servidores/as públicos/as.

Entre os assuntos presentes na Plataforma estão questões importantes como: assegurar o pagamentos da Data-base dos/ as servidores/as e do Piso Salarial Profissional Nacional dos Professores/as; valorizar ações de controle social; promover escolas inclusivas; não implementar Organizações Sociais no serviço público estadual; garantir a participação do/a servidor/a na gestão previdenciária do funcionalismo público e do plano de saúde dos/as servidores/as públicos/ as de Goiás, o IPASGO.

Mais do que demonstrar a lista de propostas dos/as servidores/ as estaduais perante o novo governo, a Plataforma tem também o papel de abrir o diálogo, demonstrando aos candidatos a força e a responsabilidade com que nós, entidades representativas dos/as servidores/as públicos goianos, tratamos o/a servidor/a e o serviço público, sempre na busca de sua prestação com qualidade, sem a qual nenhum projeto de governo pode obter êxito.

Para que a população seja bem atendida por qualquer governo, faz-se necessário que este também se responsabilize pela qualidade de vida de seus/ suas servidores/as, oferecendo-lhes estabilidade, que lhes dê tranquilidade de se prover e de atender as necessidades de sua família. Em síntese, de oferecer aos/às servidores/as estaduais a dignidade e o respeito.

Reajustes superiores às depreciações da economia, condições dignas de trabalho, vínculos profissionais que ofereçam segurança jurídica aos/às trabalhadores/ as por meio de concursos públicos, respeito aos planos de carreira das diversas categorias do funcionalismo com a garantia das progressões, oferecer condições de o/a servidor/a de cuidar de sua saúde e dos que dele/a dependem, garantir o direito à aposentadoria, respeitar as entidades representativas dos/as servidores/ as são assuntos básicos para o bom relacionamento entre governantes e servidores/as.

O SINTEGO está aberto ao diálogo que resulta em benefícios à classe trabalhadora. Afinal, já sofremos bastante com a ruptura da constituição que aconteceu recentemente em nosso país, e o maior problema após o Golpe foi a forma autoritária em que se deram as ações do executivo federal.

Sem debater com a sociedade, o Governo Federal retirou direitos dos trabalhadores, congelou investimentos importantes, empurrou “goela abaixo” uma reforma educacional esdrúxula e agora decreta a terceirização no serviço público, tornando precárias as relações de trabalho também no serviço público federal, um gigantesco risco à sociedade, imposto de forma autoritária.

Diante de tantos fatos, não resta dúvida que o voto é a maior ferramenta de defesa dos cidadãos. Por isso, estaremos sempre conscientizando que é uma grande responsabilidade votar.

Nesse processo decisório, é necessário que o eleitor ouça as propostas, que esteja atento às ideias e às ações anteriores dos candidatos para não cair em armadilhas e depositar sua confiança em modelos que não representam sua forma de pensar.

Se existe uma saída? Sim, ela só existe na democracia.

Fotos: Acervo Sintego

Bia de Lima

Educadora. Presidente do Sintego

Block

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

0 0 votos
Avaliação do artigo
Se inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários

Parcerias

Ads2_parceiros_CNTE
Ads2_parceiros_Bancários
Ads2_parceiros_Sertão_Cerratense
Ads2_parceiros_Brasil_Popular
Ads2_parceiros_Entorno_Sul
Ads2_parceiros_Sinpro
Ads2_parceiros_Fenae
Ads2_parceiros_Inst.Altair
Ads2_parceiros_Fetec
previous arrowprevious arrow
next arrownext arrow

REVISTA

REVISTA 113
REVISTA 112
REVISTA 111
REVISTA 110
REVISTA 109
REVISTA 108
REVISTA 107
previous arrowprevious arrow
next arrownext arrow

CONTATO

logo xapuri

posts recentes