A prática é considerada ilegal pelo Tribunal Superior Eleitoral. Empresa espanhola foi contratada por brasileiros, afirma ‘Folha de S.Paulo‘
Por GIL ALESSI/MANUEL VIEJO El Pais – São Paulo / Madri
As informações publicadas pelo jornal nesta terça trazem novos elementos para uma suspeita trazida pelo jornal em agosto do ano passado, que levaram a abertura de uma investigação no Tribunal Superior Eleitoral. Na ocasião, a Folharevelou que empresas brasileiras fecharam contratos de até 12 milhões de reais para financiar disparos em massa no WhatsApp, a principal rede usada na campanha pelos bolsonaristas.
Durante a campanha eleitoral da Espanha, nas eleições municipais e gerais, a empresa colaborou com diferentes partidos políticos. E foi responsável por campanhas de disparos em massa de WhatsApp, diz a Folha. As contas dos partido de esquerda Podemos e PSOE acabaram suspensas pelo aplicativo, por violação das regras de uso, já que o WhatsApp não permite disparos em massa. O mesmo aconteceu no Brasil durante as presidenciais do ano passado.
A campanha de 2018 foi marcada pela disseminação de conteúdo falso nas redes sociais e em grupos de Whatsapp. O candidato derrotado Fernando Haddad (PT) acusou a equipe de Bolsonaro de estar por trás e de não coibir essas práticas. Em algumas mensagens o petista teve seu nome associado à pedofilia e a uma mamadeira com formato de pênis que, segundo o texto, teria sido enviada para creches durante a gestão de Haddad na prefeitura de São Paulo. Por sua vez, simpatizantes do PT espalharam notícias falsas afirmando que o programa Bolsa Família iria acabar caso o candidato do PSL fosse eleito. Inquéritos abertos para apurar irregularidades ainda não tiveram grandes avanços no TSE.
A relação de empresários com mensagens pró-Bolsonaro também já haviam sido apontadas pelo EL PAÍS Brasil em agosto de 2018. Hang, o dono da Havan que meses depois cometeria irregularidades financiando disparos em massa no Whatsapp, pagou para impulsionar mensagens favoráveis ao militar da reserva no Facebook.
A prática é ilegal, uma vez que apenas representantes oficiais das campanhas podem contratar impulsionamento de conteúdo eleitoral nas redes. De acordo com o TSE isso seria “terceirização da propaganda”, algo vedado pela nova legislação eleitoral. Após a reportagem, o Tribunal ordenou que Hang removesse o conteúdo de suas páginas, depois que o vídeo postado pelo empresário já tinha alcançado mais de um milhão de pessoas.
Fonte: El Pais Brasil
Salve! Você pode apoiar nosso trabalho comprando um produto na nossa Loja Xapuri ou fazendo uma doação de qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Contamos com você!
P.S. Segue nosso WhatsApp: 61 9 99611193, caso você queira falar conosco a qualquer hora, em qualquer dia. GRATIDÃO!