Epidemias e turismo

Epidemias podem influenciar o turismo no Brasil

A relação entre as epidemias e o turismo no

Epidemias e turismo

Pesquisa revela que algumas epidemias, como a dengue, podem influenciar no fluxo de nos estados brasileiros

As epidemias podem interferir no fluxo de turistas no Brasil? Pesquisadores de Pernambuco concluíram que sim: algumas epidemias, como a dengue, podem influenciar diretamente no turismo, aumentando ou diminuindo o fluxo de visitantes nos estados brasileiros. A conclusão do estudo se mostra relevante, pois o turismo é uma das atividades mais importantes para o funcionamento da de qualquer nação.

O estudo intitulado “A relação entre epidemia e turismo: a dengue influenciou a chegada de viajantes nos estados brasileiros?” foi realizado por Amanda Maria Valdevino da , sob orientação do professor José Lamartine Soares Sobrinho, e defendida no Programa de Pós-Graduação em Gestão e Economia da da Federal de Pernambuco (UFPE).

A pesquisa aponta que, durante o período de 2003 a 2016, a incidência de casos da doença influenciou de forma negativa o número de desembarques de turistas no Brasil. Tanto que, a cada aumento de um ponto percentual em incidência de casos de dengue, diminuiu em 3,7% o número de desembarques, principalmente nacionais. Segundo análise da mestra, o fato de os desembarques internacionais não terem sido afetados pela ocorrência da dengue durante o período que foi analisado se deve à falta de divulgação sobre a doença fora do país. “Isso enfatiza que a maioria dos viajantes não busca se informar corretamente sobre o local para onde vai viajar, não busca conselhos de saúde e, se busca, não recorre a fontes confiáveis”, avalia Amanda.

Epidemias e turismoMetodologia

A autora adotou o método quantitativo de pesquisa, com caráteraplicado, com o objetivo de gerar conhecimentos para a aplicação prática, e de descritiva. Essa pesquisa pode ser classificada como ex-post-facto, ou seja, que tem como objetivo investigar as relações de causa e efeito de um fato que já aconteceu. A principal característica desse tipo de pesquisa é o fato de que os dados são coletados após o acontecimento dos eventos.

A amostra relativa ao turismo foi composta pelos desembarques no Brasil, reunidos por estados e anos, através de desembarques nacionais e internacionais. Em relação à amostra da saúde, foi composta pelas notificações de casos de dengue no Brasil, também reunidas por estados e anos. Para coleta de dados, foram pesquisados documentos de domínio público, disponibilizados em sites oficiais. Também foram utilizados trabalhos acadêmicos como base teórica.

Segundo Amanda, existem diversas outras variáveis que afetam a quantidade de desembarques no país, como , , escolaridade, condição social etc., além de outras e, por isso, foi necessário ter muito cuidado ao analisar a correlação proposta. Nas dissertação, a autora destaca que o Brasil “é um país que recebe muitos turistas”, sendo esse um dos principais setores da economia e, que, portanto, o estudo traz um panorama sobre como a saúde pode acabar tendo influência no turismo, demonstrando que é necessária atenção para a relação entre as duas áreas.

ANOTE AÍ

Fonte: Nossa Ciência

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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