E, montando um cavalo baio
(Desses bem ligeiros)
Treinado para cuidar da lida e
Carregar linda dama
Cortou os céus do Sudeste brasileiro e partiu.
Ainda percebi poeira do galope
E avistei a dama,
Cabelo loiro esvoaçava na friagem e no vento
Certamente, não seguia feliz. Não era hora.
Um baque
Um silêncio
Uma dor pungente
Latente
No peito de quem fica
Pela frente: o infinito.
A dama – a mais bela – batom vermelho nos lábios
O coração – repleto de bondade – que bem sabe o Hospital de Barretos e outros lugares, por onde essa mulher espalhava caridade.
Coração pleno
De amor, delicadeza
Ternura
Presença constante
Corpo frágil
Força descomunal
Nos desafios
Partiu em desabalado galope a Tia Anisia – tia do acolhimento
Da mesa farta
Do sempre sorriso
Ainda a vi
Fechando uma porteira
E encerrando a terceira geração dos Villas Boas
Sobrou ninguém.
Segue, doce e bela amazona,
Conquiste o novo espaço que habita
Sua muita coragem será sua guia.
Sua baiana seguirá daqui
Rememorando
Seu jeito
Seus atos!
Siga, guerreira
Tia querida
Eternamente estrela!