Escola Legal: Um pepino em nossas mãos

Legal: Um pepino em nossas mãos

Focamos a nossa Campanha Salarial na imagem do pepino, representando a dificuldade que temos pela frente. Isso desagradou o patronato.

O imaginário popular diz que quando temos um problema difícil de resolver “temos um pepino em nossas mãos ou “estamos numa bananosa”.  Na campanha salarial de 2013, para conseguirmos um reajuste razoável do piso da Infantil, ganho real de salário e um piso mais digno para os coordenadores educacionais, a diretoria do Sinproep-DF tomou uma decisão corajosa e propôs que entrássemos com o Dissídio Coletivo no Tribunal Regional do (TRT). Na verdade, “foi um pepino em nossas mãos”.  Mas, no final, a categoria reconheceu o nosso esforço.

Os empregadores usaram de todos os argumentos e subterfúgios dentro das escolas para jogar a categoria contra o Sindicato. Argumentavam que na não conseguiríamos sequer os 5% que eles ofereciam. Nós seguramos o “pepino”. Provamos que sem ousadia nada se consegue. Dobramos o piso da Educação Infantil, que passou para R$12, e o piso dos coordenadores aumentou quase três vezes. Para o Ensino Médio, conquistamos a inflação de 8,34% mais 2% de ganho real, totalizando 10,34%.

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Em 2017, a situação se mostra bem pior. Com base no argumento da e nas políticas de arrocho do governo, não será fácil conseguirmos um resultado positivo para a nova Convenção, que contemple, além do  ganho real de salário acima da inflação, dispositivos voltados para melhores condições de trabalho e para a prevenção à do .

A “Escola Legal” não gostou e começa, como sempre, a tentar jogar a categoria contra o Sindicato e dizer para os nossos companheiros e companheiras que a campanha “desmoraliza os professores”. Na verdade, a “Escola Legal” quer tirar os nossos colegas da por um reajuste justo e pela manutenção dos direitos conquistados.

Não se deixe levar por essa campanha. Temos esse “pepino em nossas mãos” e temos que descascá-lo. Precisamos ter consciência de que a “Escola é Legal” porque nós somos os protagonistas dela. Sem os professores de nada adiantaria os lindos prédios e os gestores. Nós somos a estrela, o ator principal.

Em vista disso, iniciamos a campanha mais cedo, para que a categoria possa se mobilizar para o enfrentamento. Assim, criamos o pepino como imagem do nosso movimento.

Vamos à luta! Nós merecemos um reajuste de salário digno. Afinal as mensalidades, segundo a imprensa, subiram em média, 15%.

Para descascar esse “pepino” temos que estar unidos e mobilizados! Participe da Assembleia de Aprovação da Pauta de Reivindicação da Campanha Salarial 2017/2018, no dia 18 de fevereiro, às 9h, na sede Sindicato

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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