Gleisi vai pra cima dos fascistas. Legítima defesa!

 

Gleisi vai pra cima dos fascistas. Legítima defesa!

Mire-se no exemplo de Gleisi diante dos fascistas que a agrediram com a filha de 14 anos: “Não se tolera a intolerância!”

Por Kiko Nogueira

Gleisi Hoffmann fez o certo ao reagir diante dos covardes bolsonaristas que a atacaram juntamente com sua filha de 14 anos.

Foi para cima deles. Legítima defesa.

“Você vai pro inferno com o Bolsonaro!”, falou na cara do cidadão de bem, cercado de outros cidadãos de bem porque eles andam em matilha.

Atiraram garrafas d’água, cadeiras, ameaçaram, xingaram, mandaram ir para Cuba (a fixação anal com Fidel Castro dessa turma é invencível).

Que tipo de canalha avança sobre uma e uma filha adolescente?

Ela não poderia estar sem O hotel Vila Galé, na Lapa, bairro do Rio de Janeiro, tem a obrigação de zelar pela integridade de seus hóspedes.

Por que não apareceu ninguém do estafe para impedir a briga?

Gleisi avisou nas redes que vai tomar as medidas cabíveis nas esferas policial e judicial. Um homem e uma já foram identificados. Veja abaixo:

casal

“Vou processá-los e exigir indenizações, como tenho feito e obtido resultados”, escreveu ela.

É disso que se trata. Tudo dentro da legalidade. Omitir-se é ser cúmplice.

Não se tolera a intolerância. Interceder contra essa escumalha é dever, não direito. O não é deles. 

Falta agora o show de sororidade de gente como Vera Magalhães e Rachel Sheherazade.

Ah, não se manifestaram? Ali, a indignação seletiva só cai na base da retroescavadeira.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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