57,4% entre os brasileiros aprovam o presidente Lula, após quatro meses de governo. A pesquisa CNT/MDA divulgada na última semana, também aponta que 34,8% desaprovam, enquanto 7,8% não souberam ou não quiseram responder. Em relação ao desempenho do governo, 43% consideram-no ótimo ou bom, 28% o avaliam como regular e 24% o classificam como ruim ou péssimo.
Comparando com o governo de Bolsonaro, Lula inicia seu terceiro mandato com uma avaliação mais positiva. Em fevereiro de 2019, o governo do presidente anterior era considerado positivo por 39% dos entrevistados. No entanto, a avaliação de Lula em seu primeiro mandato era de 45%, o que coloca os dois governos empatados tecnicamente. No segundo mandato de Lula, a aprovação iniciou um pouco acima, com 50%.
Os dados revelam que a avaliação positiva é maior entre as mulheres (44%), aqueles que ganham menos de dois salários mínimos (48,6%) e os moradores da região Nordeste (55%). Além disso, a aprovação é mais alta entre o eleitorado católico (49,8%), enquanto entre os evangélicos a reprovação (34,8%) supera a aprovação (29,5%).
A pesquisa CNT/MDA entrevistou 2.002 eleitores, dos dias 11 a 14. A margem é de 2,2 pontos percentuais e o nível de confiança, de 95%.
E, pela primeira vez, uma pesquisa revela que 63% dos entrevistados ouviram falar a respeito do PL das Fake News, que pretende regular as redes sociais, aplicativos de mensagens e sites de busca, como forma de combater as notícias falsas e o discurso de ódio no ambiente virtual. Nesse sentido, a maioria (51%) opinou que a regulamentação é necessária, contra 38% que dizem que não. O restante não soube responder.
Melhor que Bolsonaro
A pesquisa também mostra que 46,5% dos entrevistados acreditam que o governo Lula está sendo melhor do que o de Bolsonaro, enquanto 26,7% consideram-no pior. Para 22%, os dois governos estão iguais, e 4,8% não souberam avaliar.
Quanto às prioridades e expectativas do governo, a pesquisa revela que 48,3% dos entrevistados consideram a saúde como o maior desafio. Em seguida, aparecem a economia (43,8%), segurança (36,3%), combate à pobreza (33,9%), emprego (32%), combate à corrupção (30,9%) e educação (30,3%). Em menor proporção, o meio ambiente é mencionado por 7,6% dos entrevistados, enquanto 7,4% citaram outros temas.
Em relação à capacidade de unificar politicamente os brasileiros, 34,4% acreditam que Lula possui essa habilidade, enquanto 24,5% acreditam que sua atuação não irá alterar o quadro de separação na sociedade. Por outro lado, 21,8% acreditam que a atuação do presidente atual vai acirrar ainda mais a polarização. Além disso, 11% não veem a sociedade brasileira politicamente dividida, e 8,3% não souberam avaliar.
Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.
Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.
Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.
Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.
Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.
Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.
Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.
Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.
Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.
Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.
Zezé Weiss
P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!
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