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Brasil sobe no ranking dos países mais atingidos por eventos climáticos extremos

Brasil sobe no ranking dos países mais atingidos por eventos climáticos extremos

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Nem sempre subir posições num ranking é motivo de celebração. Neste caso, os brasileiros só podem lamentar e se preocupar. O país galgou dez posições – passou do 89º lugar para 79º – no Índice Global de Risco Climático 2019 – Quem sofre mais com os eventos climáticos extremos?, elaborado pelo think tank alemão Germanwatch, organização ambiental e de desenvolvimento independente que trabalha pelo desenvolvimento global sustentável.

Mas não estamos sozinhos, infelizmente. Portugal passou da 21ª para a 11ª posição, também subindo dez posições. E os Estados Unidos foi campeão: saltou do 28º para o 12º lugar.

O novo índice, que analisa os acontecimentos de 2017 e do período entre 1998 e 2017, foi lançado hoje na Cúpula do Clima, a conferência de mudanças climáticas da ONU (COP24) – em Katowice, na Polônia, e revela que, no ano passado, foram registradas as maiores perdas relacionadas ao clima – 11.500 mortos e prejuízos econômicos da ordem de US$ 375 bilhões -, além do aumento do impacto dos ciclones tropicais e das tempestades. Com um detalhe: tais ciclones têm impacto violento em um número cada vez maior de países.

Mar do Caribe, por exemplo, registrou inúmeros furacões que deixaram rastros de destruição em várias ilhas. Países em desenvolvimento têm sido atingidos por catástrofes climáticas com regularidade, o que os impede de se recuperar. E os países mais pobres – como Sri Lanka, Nepal e Vietnã -, sempre os mais impactados, enfrentam desafios gigantes.

David Eckstein, principal autor do índice da Germanwatch, salientou que o mundo passou por tempestades com níveis de intensidade nunca antes vistos, que resultaram em impactos desastrosos. “Em 2017, Porto Rico e a comunidade de Dominica (Mar do Caribe) foram atingidos por Maria, um dos furacões que mais causou mortes e prejuízos já registrados. Porto Rico ocupa o primeiro lugar do ranking dos países mais afetados por eventos climáticos em 2017, com a Dominica em terceiro lugar”, destaca.

Vale observar que boa parte dos desastres naturais, no ano passado, apresentou precipitações extraordinariamente extremas, seguidas de inundações severas, que provocaram deslizamentos de terra. Foi o que aconteceu em Sri Lanka (segundo país do ranking). Lá, chuvas extremamente fortes provocaram inundações dramáticas que mataram 200 pessoas e deixaram centenas de milhares desabrigadas.

É fato que os países pobres são sempre os mais atingidos, mas, como pondera Eckstein, os países de renda média e alta não estão protegidos dos eventos climáticos extremos “e, estes, podem até sobrecarregar países de alta renda”.

Eis, então, o ranking dos países mais atingidos pelos extremos climáticos em 2017:

  1. Porto Rico
  2. Sri Lanka
  3. Dominica
  4. Nepal
  5. Peru
  6. Vietnã
  7. Madagascar
  8. Serra Leoa
  9. Bangaladesh
  10. Tailândia

E nos últimos 20 anos?

Os dados de longo prazo do Índice, que tiram a média dos fatos registrados nos últimos vinte anos – de 1998 a 2017 -, denunciam que Porto Rico, Honduras e Mianmar foram os mais atingidos. Nesse período, no planeta, foram registradas cerca de  526 mil mortes, diretamente ligadas a mais de 11.500 eventos climáticos extremos, com danos econômicos de aproximadamente US$ 3,47 trilhões.

E a vulnerabilidade dos países mais pobres torna-se ainda mais visível nesses dados de longo prazo, veja: 8 dos 10 países mais afetados nos últimos 20 anos, são nações em desenvolvimento, com renda per capita baixa ou média para baixa. No entanto – e por isso mesmo -, é preciso enfatizar que as economias industrializadas e emergentes devem fazer muito mais para enfrentar os impactos climáticos que ajudam a provocar e que sentem “na própria pele”, de forma cada vez mais intensa.

“A proteção climática efetiva, assim como o aumento da resiliência, também são do interesse desses países “, enfatiza Eckstein”. Basta ver a situação dos Estados Unidos para entender isso: “ocupam o décimo segundo lugar no índice, com 389 fatalidades e US$ 173,8 bilhões em perdas causada por condições meteorológicas extremas em 2017”.

O recado está dado, mais uma vez! Agora, os países que participam da COP24 precisam se comprometer em “aumentar os esforços para tratar adequadamente as perdas e danos”, como destaca Eckstein, que acrescenta:

“Trata-se de uma questão transversal, referenciada em vários fluxos de negociação, com risco significativo de ser omitida do texto final da negociação. Países como Haiti, Filipinas, Sri Lanka e Paquistão são repetidamente atingidos por eventos climáticos extremos e não têm tempo para se recuperar completamente. É importante apoiar esses países na adaptação às mudanças climáticas – mas isso não é suficiente. Eles precisam de apoio financeiro previsível e confiável para lidar com perdas e danos induzidos pelo clima ”.

Agora, o ranking dos países mais impactados de 1998 a 2017:

  1. Porto Rico
  2. Honduras
  3. Mianmar
  4. Haiti
  5. Filipinas
  6. Nicaragua
  7. Bangladesh
  8. Paquistão
  9. Vietnã
  10. Dominica

Como é feito o Índice

Para calcular o Índice Global de Risco Climático, a Germanwatch – com sedes em Bonn e Berlim, na Alemanha – recebe informações do banco de dados NatCatService da empresa de resseguros Munich Re, como também dos dados socioeconômicos do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Vale ressaltar que, mesmo que a avaliação dos danos e das fatalidades crescentes não possibilite chegar a conclusões simples sobre a influência da mudança climática nesses eventos, revela o aumento de desastres pesados e dá uma boa noção da vulnerabilidade das nações. Isso deveria ser suficiente para que os países participantes da COP24 se unissem efetivamente para enfrentar e barrar o aumento do aquecimento global.

Inacreditável ver quantos anos de debates e discussões foram travados anualmente nas conferencias do clima e o pouco que se avançou. Muito a fazer, ainda. Seria ótimo que o resultado do Índice Global de Risco Climático ajudasse a acelerar as ações.

Consulte também os Índices de Risco Climático dos anos anteriores.

ANOTE AÍ

Fonte: Conexão Planeta

 

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