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Quem foi Maria Firmina dos Reis, ícone do movimento antiescravista que completaria 200 anos

Quem foi Maria Firmina dos Reis

Quem foi , ícone do movimento antiescravista que completaria 200 anos

Em 11 de março destr ano, marcou-se os 200 anos de nascimento de Maria Firmina dos Reis (1822-1917), considerada a primeira romancista brasileira…

Por Mariana Castro/via Brasil Popular

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Nascida em São Luís, Maria Firmina quebrou paradigmas à frente do seu . Professora e escritora, ela também publicava em jornais, especialmente sobre a pauta abolicionista. À abolicionista coube a publicação do primeiro romance brasileiro contra a escravidão, Úrsula (1859).

, pobre e negra, Maria Firmina começou o contato com a literatura quando se mudou para a casa de uma tia com melhores condições de vida na vila de São José de Guimarães, no estado do , ainda em 1830, aos 8 anos de idade.

Apesar da sua grande contribuição para a literatura e ao movimento abolicionista, as informações sobre a autora ainda são fragmentos resgatados a partir do de pesquisadores nas áreas dos estudos de gênero e estudos afro-brasileiros, que vêm resgatando autoras antes desconhecidas ou ignoradas pela .

Segundo algumas fontes, em São José de Guimarães, Maria Firmina passou a conviver com referências culturais e parentes ligados ao meio cultural, como o primo Sotero dos Reis, jornalista, poeta, e escritor da época.Antiga casa/ de Maria Firmina dos Reis em Guimarães – MA, a do lado esquerdo com porta e janelas em arcos / Arquivo – Osvaldo Luís GomesFormou-se professora e em 1847 foi a primeira mulher negra a ser aprovada em concurso público no Maranhão e, logo no momento de posse, deixa claro sua postura antiescravista, se recusando a desfilar em um palanque nas costas de escravizados pelas ruas de São Luís.

Como era considerado impossível uma mulher da sua época, negra e pobre assumir o posto de literária, foi somente graças à docência que Maria Firmina passou a publicar os primeiros escritos, ainda em folhetins e jornais literários locais, lançando então o primeiro livro de romance chamado Úrsula, em 1859, assinado sob o pseudônimo “Uma maranhense”.

Úrsula foi o primeiro romance brasileiro escrito por autor afro-descendente, um dos primeiros livros escritos por uma mulher e o primeiro livro brasileiro a se posicionar contra a escravidão, contando ainda com o diferencial de apresentar como ponto de partida, o ponto de vista dos próprios escravizados, feito este à frente de aclamados escritores como Castro Alves e Bernardo Guimarães.

Maria Firmina escreveu também o romance Gupeva (publicado em folhetins em 1861 e em volume em 1863), e publicou o livro de poemas chamado Cantos à beira-mar (1871), onde dedica poemas à mãe e à irmã, apresenta poemas de amor, abolicionistas e patrióticos sobre a Guerra do Paraguai, além de inúmeras outras contribuições, como a composição do “Hino de Libertação dos Escravos”, em 1888.
 
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Para o movimento, reforça o papel de Maria Firmina na pela resistência / Mariana CastroHomenagem
 
Na sua cidade natal, em São Luís (MA), o Movimentos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST) homenageia a escritora, que dá nome e vida ao Solar Cultural da Terra Maria Firmina dos Reis, amplo espaço cultural e político dedicado à divulgação, comercialização, formação e troca de experiências de trabalhadores rurais.
 
 
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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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