Pesquisar
Close this search box.

Salve o que está em cima, salve o que está embaixo, salve o que está de um e d’outro lado.

Salve o que está em cima, salve o que está embaixo, salve o que está de um e d’outro lado.

 
Odu aqui Oba.
À Ajé, sem-lei, só digo o bastado.
Sou bastardo, nada mais.
Colofé!
Salve o que está em cima, salve o que está embaixo, salve o que está de um e d’outro lado.
Vê-me ao meio; o equilíbrio, o vácuo, amado, armado, amando: o nada.
Akepalô de Akessan se dá arê,
mas dado é sorteado por entre os que não se doam.
Sobra tanto, em meio, ao meio, miado.
Salve de mim mesmo a eterna vontade crua de sofrer demais,
é o poeta que chora.
Salve-me da Estrada que o nada, do nada, para o nada, sempre corta.
Mata fechada, cerrada, cerrado, campo aberto, aos olhos cansados,
vê de baixo, como penado, um punhado de céu e sente a terra tocar a cubata.
Salve o toque de macumba, macumbar, do yorubá, asè, meu velho.
O abadá turva sujo ao chão com o corpo no vão, vê-me como adiê,
sou preto – dignidade vista de fora é pouca por conta da cor, ou do também pouco amor.
Meu corpo poreja dor de aguerê, oyá óia pra este aqui que sou,
cansado, morto, alvejado, maltratado, maltrapilho e desumanamente desamado.
Olha? O sangue dança. A dor poreja em cada um dos sulcos cansados de viver do meu rosto de filho não-quisto.
O primogênito seria melhor, maior, mais grato.
Talvez… Airá tem minha espalda e minha esposa, e aponta em décimo terceiro coro para uma só viva alma.
Baru, Bará, cadê Bará? Etutu, etu, etabá: tudo pronto pra festa de pisotear começar.
Ajé, Iá, seu pé me tem à garganta.
Sua reza não me balança, mas me mata.
Mata minha fala;
impossível ver a verdade aos olhos,
quando se pode acusar e dar de adorar quem me expulsa de tudo e todos que um dia foram meus.
Idará justiça! Nunca roubei nada, pois roubado fui, até a vida.
Por sua cobiça, seu egoísmo, narcisismo sombrio que cega a sua e a minha calma.
Lavo minha alma. Lavro-a assim também.
Ilu soa como longe, fim. Longe fim.
Cinza à maza; e talvez a clareza atinga seu ori como raio de quem matou um dia.
Não como covarde, com arma e ímpeto, mas com vilania. Majestosa vilania.
Slide 1

VISTA NOSSA CAMISA
FORTALEÇA NOSSO PROJETO

DOAÇÃO - PIX: contato@xapuri.info

0 0 votos
Avaliação do artigo
Se inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários

Parcerias

Ads2_parceiros_CNTE
Ads2_parceiros_Bancários
Ads2_parceiros_Sertão_Cerratense
Ads2_parceiros_Brasil_Popular
Ads2_parceiros_Entorno_Sul
Ads2_parceiros_Sinpro
Ads2_parceiros_Fenae
Ads2_parceiros_Inst.Altair
Ads2_parceiros_Fetec
previous arrowprevious arrow
next arrownext arrow

REVISTA

REVISTA 113
REVISTA 112
REVISTA 111
REVISTA 110
REVISTA 109
REVISTA 108
REVISTA 107
previous arrowprevious arrow
next arrownext arrow

CONTATO

logo xapuri

posts recentes