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Palavra do Presidente

Sintego: Ignorem o Inominável, fiquem em casa!

: Ignorem o Inominável, fiquem em casa!

O SINTEGO vem a público repudiar o conteúdo irresponsável e mentiroso do pronunciamento feito pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, na noite desta terça-feira (24), em cadeia nacional de rádio e televisão. Desconsiderar uma pandemia dessa gravidade, é propor o genocídio da população brasileira, em especial pobres, negros/as, periféricos/as, e .

NOTA DE REPÚDIO DO SINTEGO

Refutando a , as orientações da Organização Mundial de (OMS), do Ministério da Saúde e o esforço mundial em manter o isolamento social, única medida eficaz e comprovada no combate à pandemia do Coronavírus, Bolsonaro, de forma desumana, pede aos/as /as que priorizem o lucro das grandes empresas em detrimento as próprias vidas.

De forma completamente equivocada, o presidente presta um desserviço à população ao pedir a reabertura de escolas, alegando que os/as mais afetados/as pela , são as pessoas mais velhas, demonstrando total desprezo com a vida da população acima dos 60 anos, que ele condena a morte. Bolsonaro descarta todos os estudos apontados até o momento de que , em sua maioria, são assintomáticas e transmissoras do vírus causador da doença, principal fator pelo qual devem ficar afastadas.

Agora, mais do que nunca, defender o Sistema Único de Saúde (SUS) e nos posicionarmos contrários às posturas adotadas por Jair Bolsonaro é lutar pelo direito e pela defesa da vida de todos/as nós!

O precisa de um líder que proponha soluções e aponte medidas econômicas para contornamos essa crise, com maturidade, seriedade, verdades, apoio à ciência e sem ironias. Estamos diante da maior crise humanitária dos últimos 100 anos, não sendo aceitável piadinhas sobre o assunto, principalmente, vindas do presidente da República, que não abre mão de seus privilégios e não está à altura do cargo que ocupa.

O SINTEGO segue mantendo as orientações dadas aos/as profissionais da , tomem cuidado, lavem às mãos, ignorem o presidente e fiquem em casa!

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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