Lula e Mujica prestigiam Congresso da UNE, maior evento estudantil do país
“Em defesa da democracia: enfrentando o autoritarismo e o discurso de ódio no Brasil” é o tema do encontro que acontece em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica participarão nesta quinta-feira (13), no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília, do ato político em defesa da democracia do maior encontro do movimento estudantil brasileiro: o 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE).
“Em defesa da democracia: enfrentando o autoritarismo e o discurso de ódio no Brasil” é o tema do evento que reúne mais de 10 mil estudantes de todos os estados até domingo (16) na capital federal.
“Com muita alegria anunciamos a presença do presidente Lula. Depois de tantos anos de retrocessos e descaso com a educação, finalmente vamos realizar o encontro dos estudantes com o presidente que mudou a cara das universidades do Brasil”, comemorou a presidente da entidade, Bruna Brelaz.
Nesta quarta-feira (12), acontece a abertura do evento com mais atos em defesa da democracia com a participação dos ministros Flávio Dino (Justiça), Luís Roberto Barroso (Supremo Tribunal Federal), o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) e a reitora da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão Moura.
“Com honra e alegria, participarei hoje da abertura do Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Brasília. A juventude é essencial para um país com educação e oportunidades para todos”, confirmou Flávio Dino.
A participação do ministro do STF está sendo considerada histórica. “O ministro Luís Roberto Barroso está confirmado para a mesa de abertura do 59º Congresso da UNE. Essa será a primeira vez desde a redemocratização do Brasil em que um ministro do STF participa de um Congresso da UNE”, diz a entidade.
O Centro Comunitário Athos Bulcão, da UnB, também será palco de uma homenagem a Honestino Guimarães, ex-presidente da UNE desaparecido há 50 anos durante a ditadura militar.
Fonte: Portal Vermelho. Capa: Reprodução
Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.
Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.
Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.
Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.
Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.
Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.
Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.
Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.
Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.
Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.
Zezé Weiss
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